Nahima Maciel
postado em 30/03/2012 07:46
Há dois tipos de pintura na vida de Oscar Araripe. Aquela vinda de dentro, subjetiva, ligada à mão e ao inconsciente, e aquela proposta pelo mundo, oferecida aos olhos em forma de paisagem, objeto ou figura. Ele gosta das duas e sabe muito bem que elas são tão antigas quanto o próprio ato de pintar, por isso, o desafio é insistir em revisitar as linguagens em busca de novas formas de apresentação. Agora mesmo, ele está obcecado por vasos de flores, um dos temas mais explorados de Caravaggio a Van Gogh. A intenção do pintor fica clara no livro Oscar Araripe, motivo de celebração hoje na Livraria Cultura.Textos e imagens do livro narram a trajetória do pintor autodidata. Uma cronologia obviamente inacabada introduz e situa o leitor com depoimentos do próprio Araripe e de historiadores e críticos da arte brasileira. A segunda parte é dedicada às flores, uma das imagens recorrentes por toda a obra do pintor, trabalhos bem diferentes da série Pilares, um conjunto de 1,2 mil desenhos inéditos que constituem a base do pensamento pictórico de Araripe. ;Minha pintura está toda ali;, avisa. ;O movimento, a ideia de que menos é mais, a crença no colorido. Esses desenhos são uma passagem da literatura para a pintura, que são atividades muito próximas.;