Rio de Janeiro ; Maria Bethânia sempre foi libertária. Na vida e na arte. Nunca se deixou ser conduzida e não se atrelou a nenhum movimento. Nem mesmo ao Tropicalismo, que tinha o irmão Caetano Veloso como um dos líderes. Embora em seus trabalhos ; em estúdio ou no palco ; haja quem a dirija, a última palavra é sempre dela. E disso não abre mão, mesmo quando tem ao lado artistas por quem tem grande admiração, como o músico Jaime Alem e o teatrólogo Fauzi Arap.
Inquieta, ao sentir que a sonoridade dos seus discos e shows vinha se repetindo há algum tempo, a cantora decidiu dar uma guinada quase radical. Ao gravar Oásis de Bethânia, o 50; da carreira ; iniciada em 1965 ; buscou formato inédito: cada uma das 10 músicas recebeu arranjo de um convidado especial, como Djavan, Lenine, Hamilton de Holanda, Marcelo Costa, André Mehmari e Maurício Carrilho. ;Fazer o Oásis assim foi uma escolha minha. Não queria voltar ao estúdio com a formação de discos anteriores. Quis muito juntar minha voz a um só instrumento, criar outro tipo de sonoridade. A última vez em que consegui algo semelhante foi com o Ciclo (LP de 1983), que é totalmente acústico;, afirmou Bethânia em entrevista concedida na sede da gravadora Biscoito Fino, no Rio de Janeiro, no começo da tarde de quarta-feira.
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