São Paulo ; Em campo, obstinação era palavra de ordem para um certo craque do Botafogo, nos anos 1940. Ele era capaz de xingar um companheiro de clube por conta de um passe errado, chamá-lo de perna de pau e, no momento seguinte, celebrar um gol abraçado com esse mesmo colega. Heleno, que ganha cinebiografia pelas mãos do diretor José Henrique Fonseca (O homem do ano) e pelas feições do ator Rodrigo Santoro, inspira um filme rodado em preto e branco, ambientado nos gramados do futebol brasileiro e nas boates da boemia do Rio de Janeiro. Ontem, Fonseca, Santoro e Alinne Moraes, que interpreta a ex-mulher do jogador, estiveram em São Paulo para a divulgação do longa-metragem e conversaram com os jornalistas sobre o título. Heleno chega ao circuito comercial no dia 30.
;É difícil filmar futebol. Nos anos 1940, tinha apenas uma câmera embaixo, e muitas vezes uma atrás do gol. Filmar de forma moderna, com gruas automáticas, não traria a realidade da época. Gastamos 10, 12 dias na filmagem de um só jogo. Basicamente foi isso, achar um formato que as pessoas pensassem em um jogo dos anos 1940;, contou o diretor, que apresentou o filme pela primeira no Festival de Toronto, em 2011. Heleno é um projeto que consumiu cerca de oito anos de produção, como contou o produtor Rodrigo Teixeira, presente na coletiva.