Em um canto discreto do comércio da quadra 102 do Sudoeste, uma placa vermelha, disposta na vertical, anuncia o sonho alimentado pelo ator e diretor André Amaro. Há exatos 10 anos, ele investiu em um pequeno teatro, o Caleidoscópio, para ser a sede de seu grupo teatral de mesmo nome. Para comemorar a primeira década , decidiu retomar alguns projetos que o espaço abrigou nesses anos. A partir de hoje, encena Cascudo, uma viagem poética pela obra de Câmara Cascudo, historiador e pesquisador das raízes brasileiras. O roteiro cênico ainda inclui Uma última cena para Lorca, trabalho mais recente da trupe, A tempestade, releitura do clássico de Shakespeare feita pelo grupo Os Paquidermes, e Striptease, montagem inspirada no Teatro do Absurdo, em uma programação que se estende até o fim do ano.
;Desde que me formei, fazer teatro significa depender de disponibilidade de pauta e essa realidade ainda existe. Como todo artista apaixonado pelo que faz, quis ter meu próprio negócio. O sonho de todo cineasta é ter uma ilha de edição em casa, o do cantor é montar seu próprio estúdio;, explica Amaro, que comemora 30 anos de dedicação ao teatro, e foi pupilo de mestres como Dulcina de Moraes, Ariane Mnouchkine (do Théâtre du Soleil) e Eugenio Barba (criador do Odin Teatret). Em paralelo à sua trajetória artística, ele administra uma bem-sucedida carreira de jornalista. Atualmente, comanda um programa na Rádio Câmara.