Wole Soyinka foi o primeiro e único africano negro a ganhar o Prêmio Nobel de Literatura. Aconteceu em 1986, e somente em 1986. Desde então, não houve outro representante da literatura da África Negra na lista de laureados. Até hoje, Soyinka acredita que o prêmio foi mais importante para o resto do mundo do que para ele mesmo. Poeta, dramaturgo, militante e ex-guerrilheiro, o autor é conhecido como ativista político engajado em causas humanitárias e históricas. Soyinka lutou durante a guerra civil que sucedeu a independência da Nigéria, viu desfilar inúmeros governos militares, foi preso e nunca deixou da transportar para seus escritos, especialmente as peças de teatro, situações políticas relativas à história da terra natal.
Soyinka vai precisar contar tudo isso aos brasilienses em abril. O autor é um dos convidados da 1; Bienal Brasil do Livro e da Leitura, de 14 a 23 de abril, e nunca foi traduzido por aqui. A Nigéria é berço de alguns dos melhores autores da África negra de língua inglesa. Pátria de Chimamanda Adichie e Chinua Achebe, ambos traduzidos para o português, produz uma literatura ancorada na tentativa de mesclar a tradição oral épica das grandes histórias africanas à narrativa contemporânea focada nos conflitos do continente nos séculos 20 e 21. Aos 78 anos, Soyinka defende a autenticidade de uma literatura que nem sempre circula à vontade pelo planeta.
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