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Diversão e Arte

Diretor Asghar Farhadi defende cinema dedicado aos conflitos do cotidiano

Na primeira cena de A separação, marido e mulher discutem diante de um juiz. Ela quer sair do Irã, onde moram, e se mudar para a América. Mas ele pretende permanecer no país para cuidar do pai, que sofre do mal de Alzheimer. Um impasse, portanto, se instala: com quem deve ficar a filha do casal? Desde que o filme competiu no Festival de Berlim, em fevereiro de 2011, o cineasta Asghar Farhadi repete aos jornalistas que não tem a resposta para essa questão. E que, no mais, a solução pode não ser tão importante assim. ;Não estou tentando passar mensagem ou lição alguma. Bergman dizia que, se você quer enviar mensagens, deve usar telegramas;, afirmou, à revista Time Out.

Apesar das insistências, volta e meia algum repórter tenta desvendar as conexões entre os dilemas do filme e as experiências do diretor. Uma pergunta é inevitável: por que um cineasta tão crítico acerca da sociedade iraniana não decidiu, ele próprio, se afastar de um país conhecido por cercear artistas que se opõem ao poder? Ao que Farhadi responde com uma comparação doméstica: ;Se seu filho tem uma febre muito alta, o que você faria? Abandonaria a sua criança, ou ficaria com ela? Eu sinto que devo ficar lá, mais do que nunca. Preciso trabalhar no meu país;, garantiu, ao site The A.V. Club.

A matéria completa você lê na edição impressa do Correio Braziliense desta sexta-feira (2/3)