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Diversão e Arte

Filmes da saga Star wars chegam ao Brasil em 3D a partir de sexta-feira


Quando se preparava para lançar Star wars nos cinemas, ainda no início de 1977, George Lucas tinha muitos motivos para acreditar que embarcaria numa viagem acidentada. O amigo Steven Spielberg era um dos poucos defensores de um projeto que parecia entediar até a mulher de Lucas, Marcia, que colaborou na montagem de longas como Tubarão e Taxi driver. Enquanto o cineasta editava o filme, no porão de casa, vez ou outra ouvia as broncas que vinham do andar de cima: ;Pare de brincar e faça algo sério;, ela reclamava.

A invenção do californiano, à época com 32 anos de idade, parecia muito infantil. A temporada, no mais, era de realismo e crueza no cinema americano. Mas, na contramão de uma época, acabou por inaugurar uma outra sensação hollywoodiana: a era dos ;blockbusters;. Produzido a ;módicos; US$ 11 milhões, e inspirado em Flash Gordon e Akira Kurosawa, o primeiro longa da série rendeu US$ 775 milhões no mundo todo ; e abriu a poderosa empresa de efeitos especiais Industrial Light and Magic. Já o filme ;sério; que Marcia editava enquanto o marido ;se divertia;, New York, New York, de Scorsese, naufragou. Os tempos estavam mudando.

Apesar do tino tecnológico, Lucas não conseguiu antever a invasão do 3D nas salas de cinema. Nos anos 1980 e 1990, chegou a se opor à traquitana: a considerava um truque, uma distração. Coube a Robert Zemeckis (diretor de De volta para o futuro) e a James Cameron convencê-lo a apostar no negócio, pouco antes do lançamento de Avatar (2009). O formato digital o entusiasmou de tal forma que decidiu relançar os seis episódios da série em três dimensões. ;É como a diferença entre ver um filme em preto e branco e em cores. Funciona em preto e branco, mas fica melhor em cores;, comentou.

As reedições começam a desembarcar nos cinemas brasileiros esta semana. Lucas obedece à ordem cronológica da trama (e não dos filmes): por isso, a estreia se dá com Star wars: episódio 1 ; A ameaça fantasma, de 1999. Não é uma escolha sem riscos: ainda que tenha se transformado num sucesso de bilheteria (com quase US$ 1 bilhão de arrecadação), o filme foi criticado por infantilizar a série e investir (sem tanto sucesso) na criação de seres totalmente digitais ; o infame Jar Jar Binks não passou no teste dos fãs. Houve quem creditasse a decepção à falta de traquejo de Lucas, que estava há 22 anos afastado da direção quando decidiu conduzir as ;prequels; (episódios) da jornada.

A matéria completa você lê na edição impressa desta quarta-feira (8/2) do Correio Braziliense.