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Dad Squarisi lança o Manual de redação e estilo para mídias convergentes

Uma espécie de consciência coletiva dava conta da imobilidade do jornal impresso diante de um fato real. “No momento em que lemos uma notícia, ela pode ter deixado de existir”, lembrava o aviso. No jornalismo da internet, não só o fato que gerou a notícia pode ter deixado de existir, mas o texto reportando o acontecimento pode estar sendo alterado, ampliado ou reescrito antes que nossos olhos alcancem o pé da página.

É este ambiente movediço, em constante mutação, que a editora de Opinião e colunista do Correio Braziliense, Dad Squarisi, resolveu visitar no livro Manual de redação e estilo para mídias convergentes, com lançamento marcado para hoje, às 19h, na Livraria Cultura do CasaPark.

A escritora analisou as mudanças na forma de escrever na internet e como alterou sensivelmente nossa maneira de enxergá-las. As ferramentas da web que nos possibilitam ler textos, ver vídeos, fuçar galerias de fotos e obter informações anexas ao texto no ambiente virtual mudaram o perfil do jornalista e de quem escreve profissionalmente. “O repórter de web precisa escrever, fotografar, filmar e editar o material que produz. O jornalista se transformou em um profissional multimídia realmente”, constata a autora.

Não é somente o profissional da mídia que precisou se atualizar. A forma como nos relacionamos com o conteúdo apresentado também é diferente. “O texto da internet precisa ser curto e começar pelo essencial. O estilo deve ser sedutor para manter o leitor interessado até o último parágrafo”, descreve Dad. “Se a invenção de Gutenberg (a imprensa de tipos móveis) democratizou o processo de conhecimento, a internet a popularizou. Os textos postados na rede não têm um autor único. A informação pode ser alterada pelos comentários de leitores, por exemplo. O Manual se destina a qualquer pessoa que escreve, jornalista ou não”, acrescenta.


Redação em 140 toques
Em tempos de avanço do universo virtual, algumas dicas continuam importantes. Por exemplo, a clareza do texto continua valendo. Um usuário do microblog Twitter (aquele em que o limite do texto é de 140 toques) ou um escritor colaborador da enciclopédia Wikipedia deve sempre deixar a mensagem de maneira clara para o leitor. Mesmo na rede, não existem atenuantes para escorregões. Erros de português ainda são malvistos. No caso das abreviações comumente utilizadas em chats e redes sociais para reproduzir a velocidade da língua oral prevalece a regra de aceitação social em grupo em detrimento da norma culta. Outras dicas são detalhadas no livro.

A publicação conta também com um capítulo destinado à expressão oral com um glossário de pronúncias que pegam o falante pelo pé; uma seleção de textos publicados na coluna Erramos do Correio e a seção S.O.S — Pronta resposta na hora do sufoco, com mais de mil verbetes em ordem alfabética (como nos dicionários) sobre concordância, regência, nova ortografia, verbos, siglas, expressões que confundem e respostas para as dúvidas mais frequentes relacionadas ao idioma. Encerrada a sessão de autógrafos, às 22h, a escritora segue para a sede do Correio para participar do Sarau do Espaço Chatô com outros escritores da cidade.

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