A apresentação de Ringo Starr e da All Starr Band no Centro de Convenções Ulysses Guimarães teve casa cheia na noite desta sexta-feira (18/11). Segundo a produção do evento, cerca de 2,8 mil pessoas assistiram ao show. A capacidade do espaço é de pouco menos de 3 mil lugares.
Às 22h07, o músico britânico subiu ao palco cantando It don;t come easy, uma das principais composições da carreira solo de Ringo. "Esse deve ser o único lugar do mundo que se chama Brasília, Brasil", disse o ex-beatle, arrancando aplausos do público.
Na terceira música, Choose love, Ringo Starr assumiu a bateria, decorada com uma estrela, posicionada em frente ao cenário de gosto duvidoso, com flores e cores fortes. Os músicos da All Starr Band também mostraram suas performances. Animadíssimos e simpáticos com os brasilienses, executaram canções como Hang on sloopy, na voz do guitarrista Rick Derringer, e Free ride, interpretada com empolgação pelo excelente tecladista Edgar Winter (irmão do lendário guitarrista Johnny Winter).
Durante as quase duas horas de show (que acabou pouco antes da 0h), a plateia cantou, do início ao fim, as músicas mais conhecidas. E parte dela se sentou em alguns momentos, principalmente quando Ringo e sua turma de estrelas mostravam trabalhos menos populares ou executavam longos solos. Durante Yellow submarine, I wanna be your man, Photograph e With a little help from my friends, a penúltima canção apresentada pelo britânico, a emoção tomou conta dos brasilienses, que ergueram cartazes e acompanharam as letras. A apresentação na capital terminou com Give peace a chance. Sem bis, como nos demais shows da turnê, e com direito à tentativa de invasão de uma fã ; que logo foi contida por seguranças. O giro pela América Latina termina neste fim de semana, em Recife.
Sonho de adolescência
Quarenta minutos antes do início do show, fãs de todas as idades, vestidos com camisetas estampadas com o quarteto de Liverpool, já se aglomeravam no hall do Centro de Convenções. Entre eles, estava a mineira Carmem Sirimarco, de 59 anos, que chamava a atenção por carregar uma pilha de cartazes e distribuí-los a quem chegava ao local. Em casa, ela fez desenhos de Ringo tocando bateria, do submarino amarelo e da mão que remete ao lema ;paz e amor;, repetido pelo britânico em todas as suas apresentações. Ao todo, foram 700 cartazes.
Acompanhada de dois filhos e de um garoto, amigo da família, Carmem se emocionou ao falar de sua admiração pelos Beatles. ;Estou aqui para realizar um sonho da minha adolescência. No ano passado, fui ao show do Paul McCartney em São Paulo, mas não pude vê-lo direito porque havia uma pilastra na minha frente. Mas hoje vou me sentar bem perto do palco;, comemorava, enquanto oferecia os desenhos. Durante a apresentação, os papéis puderam ser vistos por Ringo em diversos pontos do teatro.
Outra turma que se destacou foi a família Cardoso. Messias, de 63 anos, as filhas Júlia, 24, e Ana Paula, 29, além do amigo Ian Grosner, 36, levaram cartazes com dupla face. De um lado, escreveram ;Ringo, we love you; (Ringo, nós te amamos) e do outro, Ringo, please sing Photograph (Ringo, por favor, cante Photograph). Ao ler a mensagem, o ex-Beatle disse: ;Vocês querem Photograph? Ok!”. E, dançando, começou a cantar o sucesso. A família nem acreditou. ;Sou fã, tenho os discos, acompanho as músicas;, disse Messias Cardoso, em êxtase depois que Ringo se despediu da capital com um ;I love you;.