Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Baterista Anderson Nigro grava com os amigos o primeiro disco solo

Quem é baterista sabe como pode ser frustrante ficar responsável apenas pela parte percussiva de uma música, sem direito a dar pitaco em outros aspectos da composição. Anderson Nigro vivenciou essa situação durante muito tempo. O músico brasiliense de 31 anos passou metade da vida tocando em bandas (PUS, Satanique Samba Trio, Mákina du Tempo, João Ninguém, Super Stereo Surf , entre outras), acumulando a vontade de dar voz e melodia às próprias letras, ideias e canções.

Nigro, primeiro disco solo do baterista, surgiu desse desejo de se expressar. O sobrenome do músico batiza não apenas o CD, mas a banda que se juntou para tocar suas músicas ao vivo. Esta noite, a Nigro faz sua estreia no palco do Cult 22 Rock Bar.

Diferentemente de bateristas que trocaram as baquetas pelo microfone ; a exemplo de Dave Grohl, ex-Nirvana, hoje à frente do Foo Fighters, e Phil Collins, ex-Genesis ; , Anderson Nigro nunca quis ser vocalista. ;Eu não consigo cantar e não gosto da minha voz;, justifica o batera. Por isso mesmo, ele convidou vários amigos para integrar o disco, cantando ou tocando algum instrumento. Trinta e dois músicos participaram do álbum. Nas gravações, além de bateria, Anderson executou baixo, teclado, percussão, guitarra e backing vocals em quase todas as faixas.

O ecletismo de Nigro está impresso nas composições, que têm o rock dos anos 1970 como fundação, mas bastante espaço para outras referências (um samba aqui, algo de vanguarda paulistana ali, ritmos regionais acolá;). As músicas são intercaladas por vinhetas (com diálogos, cançonetas, falatórios, ruídos e brincadeiras), que servem como ponte entre uma faixa e outra. As letras refletem as observações cotidianas do compositor. ;Minhas primeiras letras falavam muito sobre amor, mas fui deixando essa faceta romântica de lado para tratar de outros assuntos, coisas mais concretas e diretas sobre o que vejo por aí;, conta o músico.

Na formação da banda estão Nigro como baixista, Daniel Goulart (coprodutor do disco) na bateria, o vocalista Rafael Cury, os guitarristas Rodrigo Terra e Marcos da Costa e as vocalistas Júlia Ferrari e Sara Mariano.

A banda se prepara para fazer desta noite uma celebração, uma minifesta de aniversário, com direito a bolo e salgadinho para os presentes.

Nigro
Primeiro disco do baterista Anderson Nigro. 22 faixas. Lançamento independente/ FAC. Preço médio: R$ 15. Hoje, às 22h, no Cult 22 Rock Bar (CA 7, Lago Norte). Abertura: Na Lata e Liberdade Ltda. R$ 10. Não recomendado para menores de 18 anos.