Rio de Janeiro ; Ela canta em playback, não é uma exímia dançarina, exibe uma barriguinha e pouco interage com o público. Mesmo assim, conseguiu levar ao delírio 20 mil pessoas (segundo a produção do evento) presentes na Praça da Apoteose, no Rio, durante 1h30 de apresentação. A autora da proeza é Britney Spears, que iniciou a etapa brasileira da Femme fatale tour, na última terça-feira.
Ao pisar no palco, pontualmente às 21h, a cantora mostrou todo o carisma que a faz ser a terceira colocada em arrecadação com shows no mundo pop ; cerca de US$ 125,8 milhões (R$ 227 milhões). Britney abriu o show com Hold it against me e deu uma amostra da superprodução que trouxe para o Brasil. Dez dançarinos surgindo dos locais mais improváveis, um filme de introdução de três minutos (chamado Break the ice) e um maiô prateado e chamativo como figurino.
Essa foi a tônica de toda a apresentação. Para esconder o playback e as coreografias mal executadas, a princesinha do pop investiu em uma produção de peso, com direito a barcos, carros, caixas de som de onde saiam dançarinos e jaulas. Durante as músicas que contam com a participação de outros cantores, os mesmos apareciam no telão: caso de Will.i.am, em Big fat bass, e Nicki Minaj, em Till; the world ends.
Os brasilienses Gabriel Coutinho, 24 anos, e Paula Habli, 23, viajaram somente para assistir ao evento e, apesar de algumas críticas, gostaram do que viram. ;Mesmo com o playback, é um show bom. Está entre os quatro melhores que eu vi;, destaca o rapaz. Os jovens também se queixaram da pouca interação da loira com o público, que, por poucas vezes, falou ;eu também amo; e ;bom trabalho pessoal; e nem mesmo saudou os presentes.
Sobre este ponto, quem não reclamou foi um rapaz chamado Getúlio Cavalcante, 19 anos. O misterioso moço foi convidado a subir no palco ; na canção Lace ; e foi algemado a um carro e ganhou uma sensual dança de Britney. A plateia era composta em sua maioria por adolescentes eufóricos, como Amanda Battaglin, 15 anos. A jovem morava em Brasília até o começo do ano e estava junto do pai, Paulo Cranciarinov, 52. ;Gosto dela desde 2007, tenho todos os CDs, ela é demais;, contou a fã.
Animação
A cada hit apresentado no palco, a plateia ia ao delírio. Mas a apoteose estava guardada para o fim da apresentação. Nas últimas sete músicas, Britney Spears trouxe sucessos do passado e canções que estão bombando nas rádios atualmente. Em um momento, ela cantou um mash-up (mistura de músicas) de Baby one more time com S, de Rihanna, levantando o público.
O momento mais empolgante do show foi o encerramento, com Till; the world ends ; outro single do novo CD. A loira subiu ao palco com um maiô preto e começou uma apresentação de tirar o fôlego, com direito a asas e uma plataforma para elevá-la, acompanhada de fogos, lasers e uma imensa chuva de papel picado. O público da pista premium (mais próxima ao palco) também deu um espetáculo à parte, exibindo plaquinhas com a palavra ;oh;, e cantando junto da popstar. Nesta sexta-feira, a turnê continua com apresentação em São Paulo, na Arena Anhembi, às 22h.
Noite de flashback
; A beatlemania também ferveu nos palcos do Rio. A presença de Ringo Star e sua All Star Band no Citibank Hall foi motivo de festa para os 4 mil fãs que cantaram e dançaram ao som de clássicos dos quatro garotos de Liverpool, como With a little help from my friends e Yellow submarine. Ringo se revezava no microfone e na bateria sempre aplaudido pela nostálgica plateia. Na sexta-feira, é a vez de Brasília.
Confira o clipe da música Till The World Ends, de Britney Spears: