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Cantor Lô Borges comenta novo CD faixa a faixa. Confira!

Leia os comentários de Lô Borges sobre as 12 músicas do CD Horizonte vertical

1. De mais ninguém: "Foi a música-piloto do disco. Entrei no estúdio com a banda completa e, três dias depois, resolvi optar por apenas dois músicos, além de mim. Estava definida a sonoridade do CD."

2. On Venus: "Mandei para o Ronaldo Bastos o mp3 com a melodia. Ele comentou que o jeito que eu cantarolava parecia que cantava em inglês, e escreveu a letra em inglês. Depois que eu e Fernanda Takai colocamos as vozes no estúdio, tivemos absoluta certeza de que Ronaldo estava coberto de razão. On Venus era gringa mesmo."

3. Antes do Sol: "Esta música demorou 30 anos para ser feita. Comecei nos anos 1980 e, um dia, quando estava ao piano, ;alguém; me cutucou e ela veio, inteira. Fernanda cantou comigo. Um pouco antes de mixá-la, quando achava que estava tudo pronto, inventei os vocais finais. Só aí ficou pronta. Aos 45 do segundo tempo."

4. O seu olhar: "É uma balada inspirada em John Lennon. Foi o começo da parceria com Patrícia Maês, minha esposa, naquela época, minha namorada. A letra é uma declaração de amor."

5. Horizonte vertical: "Eu e Samuel (Rosa) ficamos uma tarde inteira, na casa dele, compondo uma canção. Já de saída, com a mochila no ombro, eu me lembrei de uma ideia para outra canção. Voltamos aos violões, mostrei o começo e ele emendou a segunda parte. Horizonte vertical ficou pronta em uma hora."

6. Xananã: "Liguei para a Fernanda Takai, convidando-a para cantar On Venus comigo. Ela aceitou e neste dia mostrei a ela outras canções. Uma delas, Xananã, tive que mudar o tom, para ficar confortável para ela cantar. Na letra, meu único pedido foi que mantivesse a palavra xananã, que eu cantava desde o início."

7. Da nossa criação: "Outra balada beatle. A letra da Patrícia Maês descreve exatamente a história da minha amizade com Bituca".

8. Nenhum segredo: "Samuel vive plugado no mesmo planeta que eu. Ele pode transformar um acorde numa música. Nessa parceria, cheguei com a harmonia e ele colocou logo a melodia, enquanto a gente tomava café, comia pão de queijo e os filhos jogavam bola, na casa dele."

9. Mantra Bituca: "Foi a primeira que compus ao violão. Estava em Santa Teresa, na casa da minha irmã. Dei o primeiro acorde e logo veio a palavra Bituca. É uma justa homenagem ao cara que me viu tocando, aos 17 anos, e me levou para gravar e dividir o álbum Clube da Esquina (1972). Na hora de colocar a voz guia ; que ficou sendo a voz definitiva ; acabei incluindo o nome do meu filho: Luca, Luca, Luca. Esta música é para eles: meu padrinho e meu filho. Aliás, depois que meu filho nasceu, todas as músicas que faço são para ele."

10. Quem me chama: "Foi a segunda feita ao violão. É meio mantra. Fernanda Takai criou uma vocalização extraordinária, totalmente atonal. Quando ouvi, pensei: ; Essa mulher sabe muito de música.;"

11. Você e eu: "É uma canção de amor. Reflete bem uma relação, com suas alternâncias. Tem uma tensão no baixo e uma melodia calma. Pulsação densa e melodia doce."

12. Canção mais além: "É a música mais diferente. Falei para minha irmã que queria fazer uma música sobre a sensação de compor ao piano. Tem uma introdução, entra a melodia e, quando volta a melodia, mudei a harmonia e mantive, no canto, as mesmas notas da harmonia anterior. Um detalhe que muito ouvido bom vai demorar a perceber. Mas que Juliano, filho do Samuel, de 12 anos, sacou de cara: ;Essa harmonia aí é muito louca.;, disse."