Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Violonista Turíbio Santos se apresenta no Clube do Choro de hoje a sexta


Turíbio Santos é quase devoto de Heitor Villa-Lobos. Ele regravou, em 12 discos, a obra completa do compositor para violão, e por 24 anos - entre 1986 e 2010 - esteve à frente do museu que leva o nome do criador da Bachianas. Rara é a apresentação em que o violonista maranhense não interpreta uma peça do compositor. No álbum mais recente de Turíbio, Ritmos, sonhos e danças, como era de se esperar, Villa-Lobos comparece com Concerto para violão e orquestra - a composição divide o disco com o Concerto para violão e orquestra de Ricardo Tacuchian e com a Suíte de danças concertantes, de autoria do próprio violonista.

Mas o instrumentista, que tem presença assídua nos projetos anuais do Clube do Choro, volta a fazer concerto naquela sala de hoje a sexta-feira, às 21h, e desta vez não tocará nenhuma obra de Villa. "Ultimamente, tenho feito cada vez mais a aproximação do clássico com o popular. Na apresentação do ano passado em Brasília, havia tocado choro e peças do barroco. Agora, preparei um programa do qual fazem parte choros, músicas dos espanhóis Isaac Albéniz e Joaquim Rodrigo, e alguma coisa de Johann Sebastian Bach" adianta.

Músico desde os 16 anos, Turíbio conta que, pouco a pouco, foi descobrindo o violão como um instrumento "Ccrossover", por ser portador das melodias, desde o século 16 até os dias de hoje. Para ele, o choro é a referência mais representativa do violão. "Está presente na Suíte popular brasileira, de Villa-Lobos e, também, na obra de Dilermando Reis e João Pernambuco. O maestro, aliás, dizia que Bach não teria vergonha de assinar nenhum dos temas criados por João", ressalta.


Veja vídeo de Turíbio tocando Asturias, de Isaac Álbeniz




Considerado pela crítica como um dos maiores violonistas clássicos da atualidade, Turíbio Santos já se apresentou em importantes salas de concerto do Brasil e do exterior e dividiu o palco com celebridades como M. Rostropovich, J. P. Rampal, Yehudi Menuhin e Victoria de los Ángeles. Foi acompanhado por grandes orquestras, entre as quais a Royal Philarmonic, a English Chamber, a National de France, a L%u2019Opera de Monte Carlo, e a Sinfônica Brasileira.

Em cinco décadas de carreira, gravou 65 discos para companhias brasileiras e da Europa. Em 1983, criou a Orquestra de Violões do Rio de Janeiro, com seus alunos da Uni-Rio e da Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ). Dois anos depois, fundou a Orquestra Brasileira de Violões. Membro fundador do Conseil d;Entraide Musicale, da Unesco, ostenta as comendas de Cavaleiro da Legião de Honra da França e de Oficial da Ordem do Cruzeiro do Sul. (IRL)


TURÍBIO SANTOS

Concerto do violonista e compositor, de hoje a sexta, às 21h, pelo projeto Clube do Choro do Brasil. No Clube do Choro (Eixo Monumental). Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia para estudantes). Informações: 3224-0599. Não recomendado para menores de 14 anos.