Léo e Bia , canção feita para um casal de amigos, na década de 1970, foi o primeiro sucesso radiofônico de Oswaldo Montenegro. Depois, ele escreveria e dirigiria uma peça com o mesmo título. Há dois anos o cantor, compositor, autor e diretor criou um roteiro para o cinema dando o mesmo nome ao filme, protagonizado pelos jovens atores Emílio Dantas e Fernanda Nobre; e contando com participação especial de Paloma Duarte.
A comédia dramática musical ; na definição de Montenegro ; lançada no CinePe (Festival de Cinema de Recife), em 2010, foi bem acolhida pelo público e pela crítica e levou prêmios nas categorias melhor atriz (Paloma Duarte) e melhor trilha sonora. Depois de exibido no Rio de Janeiro, emSão Paulo, e em outras cidades brasileiras, participou, neste ano, do Brasilian Fil Festival, em Los Angeles; e no Brazilian Endowment for the Arts Film Society, em Nova York, com boa receptividade.
Em seu primeiro trabalho como roteirista, diretor e produtor de cinema, Montenegro levou para a telas a adaptação da história do musical homônimo, sucesso nos palcos na década de 1980 ; visto por público de 500 mil pessoas. ;Uma ficção com base autobiográfica, Léo e Bia foi produzida e rodada no Rio em 10 dias, após jornada de cinco meses de ensaios com o elenco, e um mês de experimentação com movimentos de câmera. O filme se passa em um cenário único: a sala de ensaios de um grupo de jovens atores;, conta o diretor.
O longa que abre a mostra paralela Primeiros filmes, da 44; edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, será apresentado hoje, às 15h, no Cine Brasília. Léo e Bia conta a história de sete jovens, em Brasília, no auge da ditadura militar, decididos a viver de arte. ;Era 1973 e o Brasil assistia, então, a repressão se tornar cruel com quem ousasse sonhar;, observa Montenegro.
Paralelamente à repressão, a mãe de Bia (vivida pela atriz brasiliense Françoise Forton) ;adoece;, e em sua desvairada obsessão pela filha, oprime-a cruelmente. Soma-se a isso a atmosfera opressora e a aridez cultural de Brasília na época.
Paloma Duarte faz Marina, personagem que narra toda a história. Ela é inspirada na flautista Madalena Salles, amiga e parceira profissional de Montenegro em todos os projetos dele ; há mais de 35 anos.
Do elenco fazem parte também Pedro Nercesian, Vitória Frate, Pedro Caetano e Ivan Mendes, que dão vida aos personagens Encrenca, Cachorrinha, Cabelo e Brookie, respectivamente. Utilizando-se de metáforas e simbolismos, Montenegro criou sua estética e linguagem cinematográfica, ao produzir cenários, lugares e sensações sem tirar os atores de dentro do estúdio. Não há objetos ou utensílios.
Na trilha sonora, Ney Matogrosso, Zélia Duncan ; outros artistas que iniciaram artisticamente na capital ;, Zé Ramalho, Sandra de Sá, Paulinho Moska e Glória Pires cantam músicas compostas por Oswaldo Montenegro, que bancou, com recursos próprios, toda a produção de Léo e Bia. O DVD do filme ;distribuído pela Copacabana Filmes ;será lançado hoje no Cine Brasília depois da exibição.
MOSTRAS PARALELAS
A partir de hoje no Cine Brasília. Sessões às 15h (Primeiros Filmes) e às 17h30 (Panorama Brasil). Entrada franca. Não recomendado para menores de 12 anos.
PROGRAMAÇÃO
hoje
Leó e Bia, de Oswaldo Montenegro, às 15h
Mãe e filha, de Petrus Cariry, às 17h30
Amanhã
Periférico 304, de Paulo Z, às 15h
Uma professora muito maluquinha, de André
Alves Pinto e César Rodrigues, às 17h30
sábado
Iván: de volta para o passado, de Guto Pasko, às 17h30
domingo
Cru, de Jimi Figueiredo, às 15h
Rock Brasília ; Era de ouro, de Vladimir Carvalho, às 17h30