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Grupo de rock americano R.E.M. anuncia separação

LOS ANGELES - O grupo de rock americano R.E.M., que em mais de 30 anos de existência lançou 15 álbuns e dezenas de sucessos como "Losing my Religion", anunciou sua separação em seu site nesta quarta-feira (21/9). "Decidimos dissolver o grupo", disse o R.E.M. em uma mensagem a seus "fãs e amigos" publicada no site do grupo.

"Vamos embora com um imenso sentimento de gratidão, realização e surpresa frente a tudo o que conseguimos. A todos que um dia se sentiram atraídos por nossa música, obrigado por terem nos escutado", completou o grupo.

O R.E.M., que nasceu como quarteto e se transformou em trio após a saída do baterista Bill Berry em 1997, era formado por Michael Stipe (voz), Peter Buck (guitarra) e Mike Mills (baixo). "Um homem sábio disse um dia: ;o mais importante, ao participar de uma festa, é saber quando ir embora;. Juntos construímos algo extraordinário. Fizemos. E agora vamos embora", escreveu Michael Stipe no site do grupo.

"Espero que os fãs saibam que não foi uma decisão fácil. Mas tudo tem um fim e queremos fazê-lo direito, da nossa forma", escreveu, antes de concluir: "Foi extraordinário".

A separação do grupo não se deve a nenhum desacordo, afirmou por sua vez Mike Mills, também no site. "Tomamos essa decisão juntos, amistosamente e pelo interesse de cada um. Pensamos que era um bom momento", escreveu Mills.

O R.E.M. foi nos anos 1980 um grupo de rock independente e nos anos 1990 tornou-se um dos grupos mais populares da cena musical mundial, no patamar de grupos como U2.

Seu primeiro álbum, "Murmur" (1983), que ainda fazia parte da cena underground americana, foi considerado pela revista Rolling Stone o melhor álbum do ano, à frente de "Thriller" de Michael Jackson ou "Synchronicity" do The Police. Mas o grupo alcançou a fama mundial com os discos "Out of time" (1991) e "Automatic for the People" (1992), com músicas como "Losing My Religion", "Drive", "Man on the Moon" e "Everybody Hurts". Nos Estados Unidos, venderam mais de 4 milhões de cópias de "Out of Time".

Apesar de os álbuns seguintes não terem obtido tanto sucesso, a popularidade da banda era tão forte que a Warner renovou o contrato com o grupo em 1996 pela soma de 80 milhões de dólares.

O baterista Bill Berry deixou a banda em 1997, mas o R.E.M. continuou sem ele, seguindo para sons mais eletrônicos e menos melódicos. O último disco do R.E.M., "Collapse into now", foi lançado em março.

Assim como Bono, do U2, os membros do R.E.M., em especial seu líder, Michael Stipe, militaram por várias causas humanitárias, além de participar do debate político apoiando o democrata John Kerry durante sua campanha presidencial de 2004. O R.E.M. também militou a favor do fechamento da prisão de Guantánamo, em Cuba.