Alvin Chea, dono de um dos vozeirões do grupo Take 6, tem recordações difusas da última passagem por Brasília. ;Há 12 anos. Acho que foi em 1999;, diz ele. O intervalo sem apresentações no Brasil não é tão longo ; seis anos ; e, desta vez, eles reservam a última data da nova turnê para a capital do país. Os cantores americanos já passaram por São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro, e agora trazem para o planalto central repertório baseado em discos recentes. ;Estamos com canções dos dois últimos CDs (The standard e The most wonderful time of the year). Um é muito jazz, o outro tem uma coisa mais gospel. O público tem respondido calorosamente;, diz o vocalista. A apresentação está marcada para hoje, às 20h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
O barítono Cedric Dent deixou o sexteto em maio ; num simpático comunicado postado no site do conjunto ; e foi substituído por Khristian Dentley. Os outros componentes ainda são velhos conhecidos dos fãs: Joey Kibble (segundo tenor), Mark Kibble (primeiro tenor), o fundador Claude McKnight (primeiro tenor), David Thomas (segundo tenor), além de Chea (baixo). O segredo para tanto tempo juntos? Para Chea, uma equação que soma dedicação e compreensão. ;Nós trabalhamos bastante. Somos amigos, irmãos e músicos, nos momentos bons e ruins. Precisamos dar força um para o outro, ajudar nas necessidades de cada um, apoiar a família. E, por consequência, seguimos em frente;, responde Chea.
Inspiração
Vencedor de oito prêmios Grammy, o Take 6 deixa clara a principal referência para as canções: fé. Mas o discurso é mais solidário do que religioso. ;Nós sempre tentamos fazer músicas que inspirem as pessoas e nos inspirem também. Pode ser difícil definir o som entre jazz, gospel ou r. Tudo gira em torno de um presente que queremos compartilhar com as pessoas;, delineia Chea.
O homem com o timbre mais grave da formação não economiza adjetivos nos elogios ao Brasil. ;Sempre tivemos estadias maravilhosas aqui. As pessoas são fantásticas. A comida é ótima. As mulheres são lindas. E a plateia sempre corresponde. O Take 6 se sente bem aqui;, enumera. Chea também revela uma certa proximidade com músicos nacionais populares. ;Não conhecemos grupos vocais. Mas sou um bom amigo de algumas pessoas, como Dori Caymmi. E vários nos atingem musicalmente de alguma maneira;, conta. Não por acaso, a faixa Setembro, lançada por Ivan Lins no disco Novo tempo (1980), reapareceu quase duas décadas depois na coletânea Greatest hits (1999), em versão produzida por Quincy Jones. Ao que parece, a inspiração do conjunto, além de divina, tem uma centelha de brasilidade.
TAKE 6
Hoje, às 20h, show do sexteto a cappella norte-americano Take 6. No Centro de Convenções Ulysses Guimarães (Eixo Monumental, Lt. 5, Ala Sul). Ingressos: R$ 50 (poltrona superior), R$ 65 (poltrona especial), R$ 80 (poltrona VIP lateral) e R$ 90 (poltrona VIP). Valores de meia-entrada e sujeitos à alteração. À venda no site www.divirto.com.br e na MW Livraria e Distribuidora de Livros (201 Norte, Bl. C, Subsolo; 3213-6999 e 3269-6969). Classificação indicativa livre. Informações: www.take6brasil.com.br.
Discografia
Álbuns de estúdio
1988 ; Take 6
1990 ; So much 2 say
1991 ; He is Christmas
1994 ; Join the band
1996 ; Brothers
1998 ; So cool
1999 ; We wish you a merry Christmas
2002 ; Beautiful world
2006 ; Feels good
2008 ; The standard
2010 ; The most wonderful time of the year