O roteiro do festival Cena Contemporânea se encerra no próximo domingo, com o show da dupla portuguesa Maria João e Mário Laginha, na Praça do Museu Nacional Honestino Guimarães do Complexo da República. Mas até lá muitos espetáculos prometem instigar a plateia e lotar os teatros de Brasília. A variedade abarca grandes nomes do teatro, como Depois do filme, com Aderbal Freire Filho, montagens já consagradas em suas cidades de origem, como a peça O jardim, da Cia. Hiato, e produções de países como Polônia.
Hoje, às 19h, no Teatro II do CCBB, tem a segunda apresentação da peça Depois do filme, que marca o retorno de Aderbal aos palcos, após 10 anos de afastamento. A montagem, escrita e dirigida por ele, retoma o personagens Ulisses, que Aderbal interpretou em Juventude, filme de Domingos de Oliveira. Ao ter que lidar com o próprio envelhecimento, Ulisses fica obcecado por uma pretensa juventude, cheia de amigos mais jovens e visitas a lugares que marcaram seu passado. O ator, diretor e dramaturgo interpreta todas as personagens da trama, que, apesar de ficcional, tem componentes autobiográficos. Os ingressos estão esgotados.
Quem também chega à cidade com dois espetáculos do repertório é o grupo carioca Foguetes Maravilha, composto por Felipe Rocha e Alex Cassal. O primeiro deles, Ninguém falou que seria fácil, terá sessões hoje e amanhã, às 21h, no Teatro I do CCBB. O enredo lança mão de questões familiares para abordar as diferentes maneiras de contar uma história. ;São cenas soltas e o espectador junta o quebra-cabeça dessas relações, que refletem sobre o que é estar casado com uma pessoa, ser irmão de outra, ser pai de uma terceira;, avisa Felipe Rocha. Os ingressos estão esgotados.
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O outro espetáculo do grupo, que será encenado na sexta-feira, às 19h, no Teatro II do CCBB, radicaliza na pesquisa de linguagem. Ele precisa começar, estreia do ator no texto dramatúrgico, é calcado no desejo de ser autor: a história trata de um homem encerrado em um quarto de hotel, tentando redigir as primeiras linhas. Nesse processo, ele perde a sanidade e vive aventuras à la agente 007.
;Tinha vontade de escrever, mas não tinha uma bandeira, algo que me mobilizasse. Então, em um dia ocioso de uma temporada, num quarto de hotel, escrevi sobre a vontade de escrever;, revela Rocha. No decorrer da encenação, os papéis de ator, diretor e espectador se invertem. Ainda há ingressos.
Proposta premiada
Em sua terceira montagem, batizada de O jardim, em cartaz de amanhã a sábado, às 20h30, no Pavilhão de Vidro do CCBB, a Cia. Hiato já coleciona prêmios. A segunda produção, Escuro, foi indicada a cinco categorias do prêmio Shell e abocanhou três. O jardim está na briga por três troféus desta edição do prêmio, e também em mais três categorias da premiação oferecida pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Depois da temporada paulistana, antes de aportar no Rio de Janeiro, a montagem faz uma parada no Cena Contemporânea.
No palco, em formato de semiarena, três histórias paralelas se desenrolam e o espectador acompanhará uma delas, dependendo de onde se sentará. ;As cenas são divididas por caixas. Elas vão caindo, o cenário vai se desfazendo e revelando a simultaneidade;, explica o diretor, Leonardo Moreira. O carrossel de memórias relata tempos distintos da história de uma mesma família, em uma dramaturgia construída com base na experiência dos atores. Os ingressos estão esgotados.
Na reta final da programação, o festival ainda guarda boas surpresas internacionais. De hoje a sexta-feira, os poloneses do coletivo 52;43;N 19;42;E Project apresentam Carson city, em cartaz às 20h, na Caixa Cultural. Depois de seis meses de workshop, pesquisa nos registros policiais, documentários, livros e filmes, a trupe levou para os palcos o american way of life. O nome da peça é inspirada em uma cidadezinha padrão dos Estados Unidos que foi palco, na década de 1920, de um assassinato na câmara de gás. Desde então, a aparente tranquilidade é afetada pelo peso opressivo da morte.
Programe-se
Depois do filme
; Hoje, às 19h, no Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB- SCES, Trecho 2, conjunto 22 ; 3310-7087). Ingressos esgotados. Não recomendado para menores de 14 anos.
Ninguém disse que seria fácil
; Hoje e amanhã, às 21h, no Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB- SCES, Trecho 2, conjunto 22 ; 3310-7087). Ingressos esgotados. Não recomendado para menores de 16 anos.
Carson city
; De hoje a sexta, às 20h, na Caixa Cultural (SBS Qd.4, lote 3/4 ; 3206-9448). Ingressos a R$ 16 e R$ 8 (meia). Não recomendado para menores de 16 anos.
O jardim
; De amanhã a sábado, às 20h30, no Pavilhão de Vidro do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB- SCES, Trecho 2, conjunto 22 ; 3310-7087). Ingressos esgotados. Não recomendado para menores de 16 anos.
Ele precisa começar
; Sexta-feira, às 19h, no Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB- SCES, Trecho 2, conjunto 22 ; 3310-7087). Ingressos a R$ 16 e R$ 8 (meia). Não recomendado para menores de 16 anos.