Agência France-Presse
postado em 18/08/2011 18:34
PARIS - De volta após três anos de ausência, Lenny Kravitz lança na segunda-feira seu nono disco "Black and White America", no qual explora com algum êxito todos os períodos da música americana, desde o funk até o rap. "Black and White America" é o primeiro disco do cantor de 47 anos com o selo Roadrunner (Atlantic Records/Warner Music).Lenny Kravitz explicou à imprensa que começou a trabalhar em um disco centrado no funk, mas a inspiração o levou para outros caminhos. No final, "é meu disco mais variado, tanto do ponto de vista da música como da letra", considera o músico, que gravou durante dois anos nas Bahamas e depois em Paris.
No disco, Kravitz explora todos os gêneros musicais que marcaram os Estados Unidos nos últimos 50 anos: o rock dos anos 1970 ("Push"), o dos anos 1980 ("Rock Star City Life"), o soul ("Looking Back on love")...
Este cantor, do qual a crítica reprova a tendência de olhar demais para o passado da música em detrimento do futuro, toca inclusive rap e dancehall no novo álbum. Para isso, Kravitz cercou-se de pesos pesados, como Drake e Jay-Z, com os quais já tinha colaborado. Mas visivelmente não está confortável nesses gêneros, e o resultado é decepcionante.
O músico dá o melhor de si nas canções de funk, a origem do projeto: "Black and White America", que soa como um clássico de Sly Stone, ou "Superlove".
Como acostuma fazer, Kravitz revoca em diversas canções o amor e as mulheres, com uma homenagem especial às originárias das Bahamas em "Boonguie Drop". "Essa gente contava sua repugnância por aquilo no qual a América se tornou, sua repugnância por ter um comandante em chefe negro. Queriam que a América voltasse 100 anos atrás", explica Lenny Kravitz, que nasceu de um casal interracial nos Estados Unidos nos anos 1960.
Naquela época, "as pessoas gritavam insultos e cuspiam em meus pais", lembra. "A canção fala da minha história e da situação racial nesse país. Estamos evoluindo, mas muita gente quer se agarrar em suas velhas ideias", diz. Em 20 anos de carreira, o americano vendeu mais de 35 milhões de discos em todo o mundo.