O norte do festival I Love Jazz é popularizar essa expressão musical, mostrar para o maior número de pessoas que o jazz não precisa ser uma música difícil, só para iniciados. Partindo daí, o evento se notabilizou por contar em sua programação com grupos e instrumentistas ; brasileiros e estrangeiros ; do jazz tradicional, que interpretam estilos desenvolvidos ao longo da primeira metade do século 20 (swing, dixieland, bebop, entre outros).
E se em Belo Horizonte (sede do I Love Jazz), o festival, que em 2011 chega à 3; edição, sempre foi gratuito e em praça pública, este ano o evento ganha a mesma configuração também em Brasília. ;Era um desejo nosso, desde o primeiro ano, fazer desse jeito (gratuito);, comenta Marcelo Costa, organizador do festival. ;Em 2010, tentamos, mas não conseguimos por falta de recursos. A ideia para este ano era fazer de graça, mesmo sem dinheiro para isso. E felizmente conseguimos, tanto em Brasília quanto no Rio de Janeiro ; o que é fundamental para o objetivo do festival;, continua Costa.
Em 2011, o I Love Jazz está sendo realizado em quatro cidades. Além das já mencionadas, Recife recebeu o festival pela primeira vez. Em Brasília, o evento começou com pocket shows em diversos locais, entre 31 de julho e 1; de agosto. No último domingo, a cantora norte-americana Stacey Kent emocionou a plateia que quase lotou a Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional. A programação continua hoje e amanhã, com uma série de shows no estacionamento 10 do Parque da Cidade.
As apresentações começam pela manhã, das 10h ao meio-dia, no chamado Momento Petrobras, que contará com grupos locais e nacionais (não divulgados antecipadamente, para serem uma surpresa para o público). Hoje, a partir das 16h30, seguem os shows de Judy Carmichael, Paulistânea Jazz Band e John Allred Sextet. Amanhã, as atrações matutinas tocam no mesmo horário de sábado. Mas os convidados internacionais ; Axel Zwingenberger & Lila Ammons, Howard Alden Trio (com Bucky Pizzarelli e Jack Wilkins) e o Jon Faddis Quartet ; sobem ao palco um pouco mais tarde do que hoje, a partir das 18h.
Cada um dos artistas tem suas características, mas, como explica Marcelo Costa, o critério de seleção do festival também leva em consideração a interação deles com a plateia. ;São shows dançantes, alegres, para as pessoas se divertirem;, avisa o organizador.
I Love Jazz
Hoje, às 10h, no estacionamento 10 do Parque da Cidade, com grupos locais e nacionais e, a partir das 16h30, shows de Judy Carmichael (EUA), Paulistênia Jazz Band (SP) e John Allred (EUA). Amanhã, às 10h, grupos locais e nacionais e, a partir das 18h, shows de Axel Zwingenberger & Lila Ammons (Alemanha/ EUA), Howard Alden, Bucky Pizzarelli & Jack Wilkins (EUA) e John Faddis (EUA). Entrada franca. Classificação indicativa livre.
Programe-se
Hoje
Judy Carmichael (EUA)
Pianista e cantora norte-americana, Judy Carmichael é sinônimo de stride, um estilo de jazz desenvolvido nas décadas de 1920 e 1930, cuja técnica ; bastante rítmica e percussiva ; exige destreza e preparo físico. Além da habilidade musical, o carisma de Judy colabora para transformar suas apresentações em uma festa dançante. http://judycarmichael.com.
Paulistânea Jazz Band (São Paulo)
Formado em 2010 a convite do organizador do festival, o septeto reúne músicos veteranos do cenário paulistano de jazz: Hector Costita (sax/clarinete), William Anderson (trombone), Austin Noschese Roberts (trompete), Luchin Montoya (piano), Jose Carlos Araújo (contrabaixo), Décimo Mazzocato (banjo e guitarras) e Adolfo Carlucci (bateria).
John Allred Sextet (EUA)
Filho do virtuoso trombonista Bill Allred, John Allred herdou o talento do pai com o instrumento. Tanto que foi convidado a ser solista da big band The Woody Herman Young Thundering Herd e trabalhou com feras como Stan Getz, Tony Bennet e Rosemary Clooney. O sexteto que se apresenta no festival foi formado a convite do evento e conta ainda com dois grandes instrumentistas, Randy Reinhardt (trompete) e Dan Block (clarinete). www.myspace.com/johnallredmusic.
Amanhã
Axel Zwingenberger & Lila Ammons (Alemanha/EUA)
O alemão Axel Zwingenberger é uma autoridade no boogie-woogie, um estilo dançante e alegre de blues, muito popular nos anos 1930 e 1940 (e peça importante na formação da música rock). Zwingenberger já trabalhou com Lionel Hampton, Big Joe Turner, os stones Charlie Watts e Bill Wyman, entre outros. Com experiência em ópera e jazz, a americana Lila Ammons é neta do pianista de boogie-woogie Albert Ammons. www.boogiewoogie.net.
Howard Alden Trio, com Bucky Pizzarelli e Jack Wilkins (EUA)
Pai do conhecido guitarrista John Pizzarelli, Bucky Pizarelli é um dos grandes da guitarra no jazz ; o mesmo pode ser dito de Howard Alden e Jack Wilkins, todos mestres do improviso no swing jazz. Juntos, os três gravaram a trilha sonora do filme Poucas e boas, de Woody Allen ; o que dá uma pista do que esperar da apresentação. www.howardalden.com.
Jon Faddis Quartet (EUA)
Aos 15 anos, o trompetista Jon Faddis já tocava na banda de Dizzy Gillespie, que nunca escondeu sua admiração pelo talento do amigo. O show de Faddis será uma homenagem ao trompetista Roy Eldridge (no ano de seu centenário), um dos grandes músicos da era do swing e precursor do bebop ; e influência tanto para Faddis quanto para Gillespie. www.myspace.com/johnfaddistrumpet.