PARÍS, 10 agosto 2011 (AFP) - O cineasta dinamarquês Lars von Trier anunciou que não comparecerá mais a entrevistas coletivas, depois de ter sido considerado "persona non grata" no Festival de Cannes, em maio, por ter afirmado que "compreendia" o líder nazista Adolf Hitler.
"Não darei mais entrevistas coletivas. Acabou. Agora vou fazer como Terrence Malick", declarou Von Trier ao jornal francês Libération, em referência ao recluso cineasta americano que não dá entrevistas.
"Compreendo Hitler e tenho um pouco de simpatia por ele, mas acredito que não era uma boa pessoa", declarou Lars von Trier na coletiva de Cannes, após a exibição de seu filme "Melancolia".
"Creio que (Hitler) fez coisas ruins, sim, absolutamente, mas posso imaginá-lo sentando em seu bunker, no final", acrescentou o diretor, que conquistou a Palma de Ouro em 2000 por "Dançando no Escuro" e o Grande Prêmio do Júri em 1996 por "Ondas do Destino".
As frases de Lars Von Trier provocaram choque na sala de imprensa e comoção entre os organizadores do Festival de Cannes, que exigiram um pedido de desculpas, o que o cineasta fez horas depois.
A direção do principal festival de cinema do mundo condenou de maneira firme as declarações e considerou Lars von Trier "persona non grata" no Festival de Cannes, mas sem excluir o filme do dinamarquês da disputa da Palma de Ouro.
"Se ofendi alguém esta manhã com minhas declarações na entrevista coletiva, peço sinceramente desculpas", afirmou Von Trier.