Diversão e Arte

Forfun muda sonoridade em novo disco

Carol Braga
postado em 10/08/2011 11:03

Novo trabalho da banda carioca mostra otimismo e maturidade

Ao ouvir os primeiros acordes de Alegria compartilhada, novo CD do Forfun, fica até difícil acreditar que quando o grupo surgiu, há 10 anos, foi direto para as prateleiras de hardcore. O novo álbum é a prova de que a maturidade amansou e diversificou o som produzido pelo quarteto carioca, formado por Danilo Cutrim (voz e guitarra), Rodrigo Costa (baixo), Vitor Isensee (guitarra, samplers, sintetizadores, teclados, escaleta e vocal) e Nicolas Christ (bateria).

;O primeiro disco é sempre mais visceral, é a banda em seu estágio primário. O segundo já foi mais experimental, flertamos com vários estilos. Quando chegamos para este terceiro, queríamos uma identidade mais resolvida;, conta Vitor Isensee. Pelo que Alegria compartilhada sinaliza, o Forfun está muito mais para o lado do reggae do que para o rock.

Novos tempos

A tarefa de delinear a identidade da banda coube ao produtor musical Daniel Ganjaman, que tem na bagagem trabalhos com Mano Brown, Forgotten Boys, Curumin e outros. ;Fizemos uma pré-produção ao longo de um ano e meio e mostramos para ele. O Daniel foi o quinto elemento. Trouxe coesão, um novo ponto de vista e teve bom senso para ponderar sobre o que cortar e como lapidar;, completa o guitarrista.

As 14 faixas de Alegria compartilhada mantêm, tanto na sonoridade como nas letras ; e até na capa assinada pela artista plástica Nelma Guimarães ; , a onda otimista na qual a banda tem surfado. ;A gente procura focar mais na parte alegre e sublime da coisa;, reconhece Vitor.

A força dos metais e o uso de sintetizadores desenham a pegada reggae predominante no disco. Ela marca presença na faixa de abertura (que batiza o CD) e vai se diversificando à medida que o disco avança com Quem vai, vai, A garça e Comic Jesus , passando à adocicada balada Descendo o rio. Somente em Tropicália digital , Quando a alma transborda e Pra sempre é que as guitarras ganham mais peso. ;Ao mesmo tempo em que temos influências urbanas, também dialogamos com a natureza, com o mar. Tentamos fazer um som plural;, detalha Isensee.

Antes de chegar às lojas de disco, Alegria compartilhada foi lançado na internet e os mais de 100 mil acessos derrubaram o site da banda. A ação faz parte da estratégia de lançamento, que também inclui o formato físico, vendido a R$ 10 nos shows. ;É uma adaptação aos novos tempos. Já desistimos de remar contra a maré e ganhamos muito mais com isso;, diz.

Depois da investida na internet, o que Vitor Isensee observou é que, quando o Forfun chega a uma cidade, os fãs estão com as novas letras na ponta da língua. O trabalho é assimilado de forma mais rápida e o encantamento virtual revelou a existência de um público cativo. ;Essa guinada na sonoridade, na temática das letras nos aproximou ainda mais da galera. Passou a impressão de sinceridade. Agora, temos que estar atentos para não achar que este público é tudo que existe. Ainda temos muito a conquistar;, avisa o guitarrista.

NA REDE
O Forfun faz parte da geração de bandas independentes brasileiras que apostam na interatividade com os fãs. Além do disco disponível para download gratuito, o usuário pode ouvir o álbum e conferir imagens de bastidores e vários videoclipes no site www.forfun.art.br.

Assista o clipe de Quem vai, quem vai:

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