Os cerca de 970km que separam Palmas de Brasília não foram suficientes para impedir o estudante Rafael Ishibshi, 21 anos, de vir à capital ver o show de Avril Lavigne. Depois de uma aventura de 15 horas de ônibus até goiânia, ele ainda encarou mais quatro horas de carro para poder ver de perto a popstar canadense. "Ela é meu maior ídolo. Faço tudo isso só para vê-la, é a minha cantora predileta", garantiu o jovem, vestido com camiseta e bandeira.
Sete mil pessoas, segundo a produção, foram ao ginásio Nilson Nelson na noite desta quinta-feira conferir o primeiro show de Avril Lavigne em Brasília. Na plateia, pré-adolescentes dividiam espaço com os admiradores já crescidos da cantora. Ela não decepcionou e apresentou um repertório que agradou a todos. Dos sucessos mais recentes do álbum Goodbye lullaby aos hits que marcaram o início da sua trajetória, como Complicated e Sk8er boi, tudo teve espaço nas cerca de duas horas de espetáculo.
A primeira música tocada pela cantora ; que entrou no palco com meia hora de atraso, por volta das 22h ; foi Bad reputation, originalmente de Joan Jett, seguida de Black Star, que também dá nome à turnê, What the hell. A sequência de canções do novo CD deixou o público eufórico. A plateia acompanhou Avril nos vocais e fez questão de iluminar o ginásio com as varinhas coloridas que eram comercializadas (cerca de R$20 cada), símbolos da música.
O início agradou muito a pequena fã Julia Barreto, 12 anos, que estava acompanhada da mãe, Monise, 40 anos. A adolescente, que comprou uma camiseta da turnê especialmente para ir ao show, declarou que começou a gostar mais de Avril graças ao último CD: "Quando ouvi What the hell, gostei bastante e comecei a escutar mais. Estou adorando". A jovem não teve vergonha de ir ao espetáculo com a mãe. "Minha mãe é uma ótima companhia. Ela se diverte com a música", afirmou.
Apesar de não contar com uma superprodução, o show de Avril Lavigne foi animado o tempo todo. A cantora não trocou de figurino e o palco tinha apenas dois telões laterais. Oscilando entre sequências de canções agitadas e outras mais românticas, a popstar ainda arriscou um cover da banda Coldplay e cantou Fix you, em um momento intimista.
Os fãs decidiram mostrar todo o carinho pela cantora. Em diversos momentos, faixas e cartazes com dizeres de amor para Avril Lavigne foram mostrados pelo público. Ela retribuiu o carinho com declarações, sempre em inglês. "Estou muito feliz de estar aqui em Brasília e agradeço muito pello show que vocês estão me ajudando a fazer", disse .
As estudantes Gabriela Amorim, 19 anos, Iara Amorim, 15 anos, Isabela Tucholski, 17 anos, e Betinna Cardoso, 17 anos, chegaram às 14h30 no ginásio para poder ficar o mais perto possível da cantora. "Queríamos ver de perto esse rock mais jovem que a Avril representa. É uma música com a nossa cara, do jeito que gostamos de escutar", comentou Betinna.
Sucesso
A segunda metade da apresentação de Avril Lavine parece ter sido desenhada para os fãs que já estão mais crescidos. A cantora guardou para o fim as canções que foram sucesso em seus primeiros CDs. O destaque ficou por conta do hit Im with you, que mereceu a participação da plateia, que entoou a letra da música se errar nenhuma vez, arrancando aplausos da própria artista.
My happy ending também foi lembrado pela cantora no repertório. Avril tocou guitarra com a banda e colocou toda sua energia rock;n;roll na canção. O resultado foi um frenesi do público, que cantava junto os versos "You were everything/ everything that I wanted/ we were meant to be/ supposed to be/ but we lost it".
Após uma despedida, a popstar voltou para cantar mais quatro músicas (ao todo foram 22) antes de dizer adeus. A música de encerramento do show foi Complicated, a mais aguardada pelos brasilienses. O operador digital Rafael Martins, 29 anos, confirmou que valeu a pena. "Foi muito bom. Todas as músicas que eu esperava ela cantou."