Na começo da década de 1980, o 14 Bis e A Cor do Som dominavam a cena pop brasileira, dividindo espaço com jovens cantores que tinham presença frequente em programas de tevê como Globo de Ouro e Discoteca do Chacrinha, e nas ondas do rádio. Entre esses, chamava a atenção Maurício Pinheiro Reis, um cantor e compositor nascido em Niterói (RJ), que se tornaria famoso nacionalmente com o pseudônimo de Byafra.
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A carreira teve início na banda Circo, mas Byafra viria a se destacar a partir do LP Primeira nuvem, lançado pela CBS (atual Sony Music), em 1979, que trazia a canção Helena, popularizada ao ser incluída na trilha da novela Marron Glacê, da TV Globo. O sucesso, porém, surgiria com Leão ferido (composta em parceria com Dalto), que tornou-se a música mais executada pelas emissoras de rádio em 1981.
Byafra esteve em Brasília à época para divulgar Despertar, disco em que gravara Leão ferido. Depois viria à capital outras vezes. Mais recentemente ; em maio último ; participou, ao lado do roqueiro Marcelo Nova, da festa A volta aos Anos 80, na AABB. Nesta quinta-feira (28/7), às 20h30, ele é atração do projeto Quinta Cultural do Açougue T-Bone (312 Norte), fechando a programação que será aberta por artistas brasilienses.
Outro estouro radiofônico do cantor, Sonho de Ícaro (Piska e Cláudio Rabello), fez parte do LP lançado em 1984. ;Contribuiu bastante para que meu trabalho ser popularizado, o fato de eu ter canções em trilhas de novelas como Jogo da vida (Vinho antigo), A gata comeu (Seu nome), Barriga de aluguel (Machuca e faz feliz), Mulheres de areia (Fantasia real), Quem é você (Antes que eu te esqueça). Outro grande hit do artista foi Vinho antigo;, lembra. Músicas de Byafra foram gravadas por Roberto Carlos, Ney Matogrosso, Simone, Xuxa, Danilo Caymmi, Chitãozinho & Xororó, Christian & Ralph, Gian & Giovani e KLB.
Depois de presença contínua na mídia, principalmente nos anos 1980, Byafra deixou de ser visto na tevê e ouvido no rádio. ;Veio a onda da axé music, da música sertaneja, do funk e o tipo de som que eu faço faço, de certa forma, foi deixado de lado. Mas nunca deixei de ter muitos compromissos na agenda. Antes fazia show mais no eixo Rio/São Paulo, mas de uns tempos para cá passei a ser requisitado para apresentações em outras regiões, em especial no Norte e Nordeste;, conta.
A redescoberta pela mídia deu-se depois de participar do documentário Alô, alô Terezinha, sobre Abelardo Barbosa, o Chacrinha, dirigido por Nelson Hoineff. Além de ter imagem resgatada do programa, Byafra deu um depoimento para o cineasta sobre o Velho Guerreiro. ;No dia em que fui gravar o depoimento, estava sendo filmado o voo de um parapente, que acabou caindo sobre mim. O acidente entrou no filme e foi parar na internet;, diz aos risos.
Agenda de shows
O cantor, aliás, tem usado bastante as redes sociais para divulgar seu trabalho e a agenda de shows. ;No momento tenho quatro modelos de shows: o de voz e piano, que estou levando para o T-Bone; outro com banda; o que faço com um músico e o ator Jorge Ventura; e o que sou acompanhado por uma camerata sinfônica, formada por estudantes de música da UFRJ e da UniRio;.
Em agosto Byafra lança CD Ao Vivo, que reúne músicas gravadas em shows durante turnê pelo Norte e Nordeste. ;Além das canções consagradas pelo público, o álbum trará Moldura, de minha autoria, grvada pelo grupo de forró Dsejo de Menina; Perdões, que registrei com a dupla sertaneja Guilherme & Santiago; Segundas intenções (Torquato Mariano e Aloísio Reis), na qual faço duo com Flávio Venturini; e A bela e a fera, parceria minha com Nilo Pinto;, adianta.
Ouça a música Leão ferido