Moscou - O célebre teatro russo Bolshoi, que teve o corpo de baile obrigado a se apresentar fora de sua sala desde 2005, devido a gigantescos trabalhos de reforma, vai reabrir as portas no dia 28 de outubro, informou o diretor da instituição, Anatoli Iksanov.
"Abriremos a nova temporada com um concerto, a ser transmitido ao vivo num telão instalado na praça em frente e dirigido a 600 salas na Europa", declarou Iksanov, durante entrevista à imprensa, em Moscou.
A ópera de Mikha;l Ivanovich Glinka, "Ruslan and Ludmila", dirigida por Dmitri Tcherniakov, conhecido pela modernização das apresentações, será o primeiro grande espetáculo do Bolshoi, com estreia no dia 2 de novembro. O drama Ruslan and Ludmila é baseado num poema do escritor Alexander Pushkin, publicado em 1820 e considerado um verdadeiro contos de fadas épico, consistindo em seis "cantos" e no epílogo. Conta a história do sequestro de Ludmila, a filha do Príncipe Vladimir de Kiev por um feiticeiro malvado e seu resgate pelo bravo cavaleiro Ruslan.
O espetáculo será seguido, no dia 18 de novembro, do famoso balé de Piotr Tcha;kovski "A Bela Adormecida", com cenário de Iuri Grigorovitch. Estão, também, no programa, um concerto da orquestra do teatro La Scala de Milão dirigido pelo maestro Daniel Barenbo;m e outras apresentações de balé.
Construído em Moscou, em 1820, o Bolshoi foi gravemente destruído por um incêndio, tendo sido inteiramente reconstruído em 1856. Em 2005, foi fechado para reformas, com trabalhos visando, principalmente, restabelecer a acústica inicial do prédio, deteriorada pela construção do metrô nos anos 1930, que encheu de cimento o subsolo da grande sala. "O cimento foi retirado e substituído por madeira. A acústica de 1856 foi restabelecida", informou Iksanov.
A reabertura do Bolshoi, prevista inicialmente para setembro de 2008, foi adiada muitas vezes.
As obras de renovação, com custo oficial estimado em 580 milhões de euros foram acompanhadas de denúncias de escândalo imobiliário e de desvio de dinheiro. A empresa privada encarregada dos trabalhos foi substituída em 2009, depois que suas despesas ultrapassaram em 16 vezes o orçamento inicial.