Paulínia (SP) ; A história das bandas de rock formadas em Brasília nos anos 1980, narrada por Vladimir Carvalho em Rock Brasília ; Era de ouro, levou o troféu de melhor documentário da mostra competitiva do 4; Paulínia Festival de Cinema. Carvalho conta a história dos grupos Capital Inicial, Legião Urbana e Plebe Rude desde o encontro de vizinhos da Turma da Colina até a consagração nacional e o fenômeno fonográfico. ;Por favor, mande uma mensagem aí para a terrinha, em letras garrafais. Esse prêmio é muito importante, exatamente no momento em que acontece uma reorganização do nosso cinema e que ainda temos uma luta muito grande pela frente. Isso é maior do que a minha trajetória pessoal;, sugeriu o diretor, a respeito das mudanças no Festival de Brasíia do Cinema Brasileiro.
Nesta quinta, no luxuoso Theatro Municipal de Paulínia, a pré-estreia do longa dirigido por Marcos Paulo, Assalto ao Banco Central , reunindo elenco global (Lima Duarte, Eriberto Leão, Giulia Gam, Milhem Cortaz e Hermila Guedes) causou excesso de burburinho e consequente atraso no início da cerimônia de encerramento do 4; Paulínia Festival de Cinema. A película foi recebida com a empolgação típica da plateia local, sempre generosa no quesito aprovação.
A premiação seguia morna até o anúncio dos primeiros prêmios da mostra competitiva de ficção. Aos gritos de ; beija, beija!”, em referência ao beijo que deu na boca do apresentador do festival, Rubens Ewald Filho, motivo de frisson na noite de exibição do longa pernambucano Febre do rato, Claudio Assis subiu ao palco para receber o prêmio da crítica de melhor filme de ficção desta edição. ;Beijo é sempre bom. Beijo é bom para vida. E a vida tem de ser sempre contemplada. Eu não posso beijar a boca de todo mundo de novo porque posso esquecer de alguém;, desculpou-se.
Era apenas o primeiro de muitos troféus. No total, Cláudio e equipe levaram sete estatuetas, incluindo melhor filme de ficção, direção de arte, fotografia (Walter Carvalho), montagem (Karen Harley), ator (Irandhyr Santos) e atriz (Nanda Costa). Assim como na consagração de Amarelo manga, no 35; Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (2002), quando a produção pernambucana levou prêmios nas principais categorias. ;Eu não faço filme para ganhar prêmio. Faço para dialogar com as pessoas que eu amo. Eu não tenho dinheiro de Paulínia porque a história é de Recife e eu não poderia ser desonesto filmando aqui. Aposto no que dá certo. O cinema que eu quero e busco fazer não se faz sozinho. Cinema é feito de equipe, vontade e tesão;, resumiu o diretor com a eloquência de sempre.
O concorrente que mais se aproximou dos números de prêmios de Febre foi O palhaço, dirigido, estrelado e roteirizado por Selton Mello. O longa-metragem patrocinado pelo Polo Cinematográfico de Paulínia levou melhor direção, figurino (Kika Lopes), roteiro (Selton Mello e Marcello Vinciatto) e ator coadjuvante para Moacyr Franco, que faz uma ponta como delegado. ;Como diretor, eu tenho de comer muito feijão ainda. Seguindo meu trilho, descobrir o meu jeito de contar histórias, meus anseios. Queria dedicar esses prêmios ao meu companheiro, o melhor ator de todos os tempos, Paulo José. A sessão daqui foi a mais linda da minha vida, sempre ficará guardada na minha retina e no meu coração;, agradeceu Mello.
A comédia Onde está a felicidade?, dirigida por Carlos Alberto Riccelli e roteirizada e estrelada pela atriz Bruna Lombardi, foi eleita melhor ficção pelo júri popular. O excesso de emoção causou um atrapalho do casal em decidir quem faria os agradecimentos ao microfone. ;Eu cresci no meio de um monte de lata de filmes por causa do meu pai. Nós passamos por altos e baixos a vida toda e mesmo assim quero fazer cinema. Estou muito feliz de estar aqui;, relembrou Bruna. Foram distribuídos R$ 800 mil em prêmios, divididos nas categorias melhor curta (regional e nacional), documentário e ficção. No total, 27 mil pessoas passaram pelas sessões de cinema e também pelos shows musicais do Paulínia Fest, em que se apresentaram Caetano Veloso, Vanessa da Mata, Seu Jorge e Gilberto Gil.
A repórter viajou a convite da organização do festival
4; Paulínia Festival de Cinema
CURTAS NACIONAIS
Filme: Tela, de Carlos Nader
Filme júri popular: Café turco, de Thiago Luciano
Direção: Gabriela Amaral Almeida, por Uma primavera
Roteiro: Gustavo Suzuki, O pai daquele menino
Prêmio da crítica: Tela, Carlos Nader
LONGAS-METRAGENS
FICÇÃO
Melhor ficção: Febre do rato, de Cláudio Assis
Direção: Selton Mello, O palhaço
Direção de arte: Renata Pinheiro, de Febre do rato
Figurino: Kika Lopes, O palhaço
Roteiro: Selton Mello e Marcello vinciatto O palhaço
Fotografia: Walter Carvalho, Febre do rato
Montagem: Karen Harley, de Febre do rato
Ator: Irandhyr Santos, Febre do rato
Atriz: Nanda Costa, Febre do rato
Ator coadjuvante:Moacyr Franco, O palhaço
Atriz coadjuvante: Maria Pujalte, Onde está a felicidade?
Som: Fernando Henna, Daniel Turini e Gabriela Cunha, de Trabalhar cansa
Trilha sonora: Jorge du Peixe, Febre do rato
Prêmio especial do júri oficial: Trabalhar cansa, de Juliana Rojas e Marco Dutra
Júri popular: Onde está a felicidade?, de Carlos Alberto Riccelli
Prêmio da crítica: Febre do rato, de Cláudio Assis
DOCUMENTÁRIO
Melhor documentário: Rock Brasília ; Era de ouro, de Vladimir Carvalho
Direção: Maíra Bühler e Matias Mariani, Ela sonhou que eu morri
Júri popular: À margem do Xingu ; Vozes não consideradas, de Damià Puig e
Prêmio da Crítica: Uma longa viagem, de Lúcia Murat
Veja o trailer de Rock Brasília
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