Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Atriz brasiliense Mariana Nunes participa do filme Febre de rato

Paulínia(SP) ; Filha de professores, a atriz brasiliense Mariana Nunes foi a única da família a optar pela carreira artística. Para tanto, fez cursos de teatro na capital e estudou artes cênicas na Faculdade Dulcina de Moraes. Morou algum tempo em São Paulo, passou uma temporada estudando na Espanha e agora está no Rio de Janeiro. Em Brasília, trabalhou com o diretor Geraldo Moraes em O homem mau dorme bem. No Rio, participou da série A cura, que foi ao ar no ano passado.

Filho do escritor e jornalista Lourenço Cazarré, o ator Juliano Cazarré já carrega no DNA a vontade de ser artista. Nascido no Rio Grande do Sul, mas criado em Brasília desde bebê, o ator estudou cênicas na Universidade de Brasília (UnB). Deixou Brasília há alguns anos para trabalhar no eixo Rio-São Paulo. A decisão de sair do Distrito Federal deu certo. Cazarré esteve no elenco do maior sucesso de bilheteria do cinema brasileiro, Tropa de Elite, de José Padilha .

Apesar de terem iniciado a carreira em Brasília mais ou menos na mesma época, os dois nunca haviam trabalhado juntos. Isso até o convite do diretor pernambucano Cláudio Assis para integrar o elenco do longa-metragem Febre do rato, filme programado para encerrar a competição de longas de ficção do 4; Festival de Cinema de Paulínia ontem à noite. ;Eu havia escrito o papel da Rosângela para uma atriz amiga nossa, que é loira. Mas, quando eu vi a Mariana, achei que deveria ser dela;, relembra Assis sobre o encontro com a atriz negra Mariana Nunes durante uma das edições do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, no Hotel Nacional. Cazarré estava no elenco de A festa da menina morta, dirigido por Matheus Natchtergaele e pareceu a Cláudio que unir os dois daria um bom caldo.

Fábrica
No filme pernambucano, Mariana é Rosângela, a moça que decide morar com o namorado Boca Mole (Cazarré) e mais dois amigos encarnados pelo pianista Vitor Araújo e pelo músico Hugo Gila, numa fábrica abandonada. ;Não é uma decisão ideológica. Eles decidem que vão fazer isso e fazem. Eles simplesmente vivem. A minha personagem não sofre por alguma questão moral;, resumiu Mariana. ;É mais uma atitude punk do que de uma comunidade hippie. Eles decidem que vão invadir e pronto;, complementa Cazarré.

Os dois atores se viraram como puderam para dar veracidade a personagens tão diferentes dos intérpretes da vida real. Um problema em especial também precisava ser superado: como alcançar um sotaque pernambucano crível no período de filmagens?

;Para me enturmar, eu andava na rua, conversava com as pessoas. Anotava expressões que ouvia. Só quando eu ia para o hotel é que eu virava o Juliano de novo;, recorda o ator. ;Eu grudei nos amigos que fiz lá, principalmente o Vitor e o Gila;, recorda Mariana. ;Os dois se adaptaram muito bem. Brasília tem isso mesmo ;, reconheceu o diretor sobre a participação dos dois num elenco todo pernambucano.

Apesar do distanciamento de questões políticas, os moradores da fábrica se reúnem ao poeta Zizo (Irandhyr Santos) em missão de distribuir o jornal panfletário Febre de rato. Mariana gostou muito da convivência com os pernambucanos: ;O Cláudio é um grande provocador;, comenta Mariana. ;Ele sempre disse que o filme não era só dele. Era também da gente. Isso dava um sentido de responsabilidade maior;.

A repórter viajou a convite da organização do Festival de Paulínia


ENCERRAMENTO
Cazarré também está no elenco de Assalto ao Banco Central, dirigido por Marcos Paulo, filme que será exibido hoje à noite, fora da competição, no encerramento do 4; Festival de Cinema de Paulínia. Dez longas concorrem ao troféu Menina de Ouro, divididos entre documentários e ficções. No total, serão distribuídos R$ 800 mil em prêmios.