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Diversão e Arte

Fotógrafos brasilienses se destacam em exposição em São Paulo

São Paulo ; Dois fotógrafos brasilienses estão se destacando na exposição Geração 00 ; A Nova Fotografia Brasileira, montada no recém-inaugurado Sesc do Belenzinho, na Zona Leste de São Paulo. Em quatro imagens coloridas, a fotojornalista Bárbara Wagner exibe candangos de baixa renda se divertindo numa praia conhecida como Brasília Teimosa, no Recife. O destaque do trabalho são a luz de altíssima qualidade usada em trabalhos publicitários ; o que dá uma qualidade superior à foto, e o alto astral dos banhistas, que se acham ;bem sucedidos; por estar no litoral. ;Uma subversão de valores que desmascara com bom humor estigmas enraizados na sociedade e seguem refletidos na representação da mídia;, explica Eder Chiodetto, curador da exposição.

Da série Homogenia, o trabalho do fotógrafo paranaense radicado em Brasília Leonardo Costa Braga está entre os que mais chamam a atenção por conta da ousadia e modernidade com que se apresenta. Sob as vestes de uma luz de qualidade inequívoca, nem fria nem quente, ele monta um palco de representações sem sombras. Hemogenia, título da obra do artista, foi vencedora do Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Vagner, edição 2008/2009. No total, a exposição tem 170 obras de 52 artistas de 10 estados realizadas entre 2001 e 2010. Elas fazem um mapeamento da fotografia contemporânea brasileira ligada às artes visuais e ao documentarismo. Para a seleção, Chiodetto buscou trabalhos e autores que de diversas formas ajudaram a expandir o repertório conceitual e simbólico da fotografia brasileira nesta década.


Segundo ele, a seleção dos artistas levou em consideração a qualidade dos trabalhos e nomes importantes e jovens talentos que despontaram recentemente em diversos estados além do eixo Rio-São Paulo, como Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiânia, Pará, Amazonas e Brasília. Além dos artistas brasilienses, destacam-se na exposição ainda o trabalho do fotógrafo Anderson Schneider, feito entre 2005 e 2011 como repórter fotográfico, reunido na série Invisíveis. Schneider traz à tona problemas estruturais com pouca visibilidade na mídia, caso em que mostra a situação de pacientes em vários leprosários pelo Brasil.

A exposição é dividida em dois grandes módulos chamados: Limites, Metalinguagem e Documental Imaginário, Novo Fotojornalismo. O primeiro apresenta obras de artistas que utilizam a fotografia nos desdobramentos de seus trabalhos, como o registro de uma performance. Já o módulo Documental Imaginário - Novo Fotojornalismo mostra o trabalho de alguns documentaristas que incorporam a estética e os conceitos da atmosfera cinematográfica, literária e até mesmo publicitária para transformar o relato sobre questões de cunho social. A exposição vai até o domingo, 12.