Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Morre, aos 62, o músico e poeta americano Gil Scott-Heron

Artista considerado precursor do rap morreu nesta sexta-feira, 27. Causa da morte não foi divulgada

Morreu nesta sexta-feira, 27 de maio, aos 62 anos, o cantor e poeta norte-americano Gil Scott-Heron. Considerado o pai do rap, o músico foi internado em Nova York, no hospital St Luke;s-Roosevelt, onde faleceu por volta das 16h. A morte, anunciada no Twitter por Jayme Bing, publisher de Scott-Heron no Reino Unido, não teve a causa divulgada.

Primeiro a misturar a poesia falada ao jazz e ao soul, o artista chegou a marcar shows em São Paulo no ano passado. Ele seria uma das principais atrações da Mostra Sesc de Artes 2010, mas as apresentações, que aconteceriam em novembro, foram canceladas por motivos de saúde. "A morte de Gil Scott-Heron NÃO é boato. Estou tão triste", escreveu Jayme Byng. "Ele era uma das pessoas mais inspiradoras que eu já conheci".

A contribuição de Scott-Heron para o rap, música que norteia o movimento hip-hop, é tão significativa que ele era chamado de "padrinho do rap", alcunha que fazia questão de rejeitar. Nascido em 1949, o músico e ativista foi responsável pelo sucesso The revolution will not be televisioned, do disco Small Talk At 125th And Lenox, de 1971, que influenciou toda a música negra.

O músico foi referência para diferentes gerações musicais, tendo suas canções sampleadas até hoje, por artistas como Kanye West. Apesar dos problemas pessoais enfrentados nos anos 2000, Scott-Heron lançou, em 2010, o aclamado I;m new here, após 13 longos anos de hiato. O disco chegou a ser considerado pelo jornal inglês The Guardian como "um dos melhores álbuns da década".

Em 2008, durante uma entrevista para revista New York, o artista revelou que havia contraído o vírus HIV, depois de anos de luta contra o vício em álcool e drogas. Em 2001 e 2007, Scott-Heron foi detido por porte de drogas.

Gil Scott-Heron - The Revolution Will Not Be Televised

[VIDEO1]