Gilberto Gil se prepara para ocupar, amanhã, o palco de um dos maiores teatros de Paris, o Châtelet, um dos templos da música na Cidade Luz. O ex-ministro da Cultura, que completará 69 anos em junho, se apresentará ao lado do violoncelista Jacques Morelenbaum e do filho Bem Gil. ;O corpo e a alma me pedem para fazer uma música mais íntima;, conta o cantor e compositor, que fará show acústico, ;pessoal e introspectivo;.
Ele conta que a apresentação será uma viagem em uma música mais íntima, mais terna. E isso tem a ver com a passagem do tempo. ;O tempo deixa marcas e estas se refletem em minha música;, emendou Gil, revelando que a apresentação será uma visita às origens de sua música nordestina. ;Gosto de revisitar a música inicial de minha vida, que está infiltrada em meu coração.;
As canções adaptadas ao violão e ao violoncelo bebem em raízes que o formaram, passando por várias épocas de sua carreira. ;São canções que utilizam a forte qualidade rítmica da música brasileira, mas também baladas, canções ternas, muito pessoais;. observa, reverenciando grandes mestres: ;Eu faço apenas o que faço. Meu impulso criativo nasceu de minha admiração por eles, por Dorival Caymmi, Luiz Gonzaga, João Gilberto, Jorge Ben. Eu sou herdeiro deles, e não preciso de um lugar especial. Quero somente ser parte da herança, parte deles.;