Saber cozinhar pode ser um trunfo. Entender as combinações dos ingredientes e elaborar receitas saborosas faz toda diferença na hora da conquista, seja ela amorosa ou social. E a habilidade na cozinha está ao alcance de todos, até para aqueles que parecem não levar nenhum jeito para a coisa. É hora de dar adeus aos ovos grudados na frigideira e ao arroz queimado no fundo da panela, pois, em Brasília, a temporada de cursos gastronômicos está sempre aberta.
A cidade está cheia de opções em que chefs renomados ensinam cozinheiros pouco ou nada experientes a brilharem ao fogão. De acordo com a restaurateur Ana Toscano, proprietária da Escola de Gatronomia de Brasília, qualquer um pode cozinhar, desde que aprenda as técnicas certas. ;Não existe mão ruim. Todos podem preparar receitas maravilhosas;, garante. E, às vezes, uma só aula já faz a diferença. ;Tem gente que chega e não sabe fritar um ovo, mas sai daqui preparando um delicioso risoto.;
O servidor público Selmo Tupinambá, 44 anos, diz que aprender truques em aulas desse tipo o ajudou a fazer mais sucesso com os amigos e a mulher. ;Sou sempre convidado para reuniões. E os domingos lá em casa são meus;, orgulha-se. Ele conta que sempre cozinhou em casa, mas um dia ficou cansado da comida do dia a dia e decidiu aprimorar sua técnica. O primeiro curso que procurou foi justamente um de risotos, seguido de outros 11, onde aprendeu a preparar de quiches a sobremesas. ;Certa vez fui à casa de uma amiga e resolvi fazer um rissole de ricota. Fiz a massa na hora, recheei e assei. Todos ficaram abismados com minha habilidade;, lembra.
Segundo Ana Toscano, existe uma grande diferença entre receber aulas e cozinhar seguindo receitas por conta própria. ;A maioria das receitas publicadas em livros e revistas não são testadas, por isso não dão certo. Isso gera frustração, fazendo a pessoa abandonar a cozinha pelo erro dos outros;, acredita. Em sua escola, a chef oferece um curso diferente a cada 15 dias. O espaço comporta até 20 pessoas. ;Cada um faz um pouquinho de tudo, e essa experiência é importante para a compreensão das etapas da receita;, explica a professora. Os temas vão da cozinha básica (para aqueles que não sabem nada) ao mundo dos vinhos, dos cafés e da culinária de outros países. Ao fim de cada aula, é servido um jantar com o prato preparado. ;Em vez de sair para jantar, faça um programa diferente. Aprenda a preparar a comida, traga o vinho e aproveite;, sugere.
Carnes e peixes
Que tal aprender os segredos da carne e do bacalhau com um dos chefs mais respeitados do país? Há 10 anos, Francisco Ansiliero dedica-se a revelar alguns dos truques que utiliza nos pratos que compõem o cardápio do Dom Francisco. O objetivo, ele esclarece, não é formar profissionais, mas dar dicas sobre o preparo de pratos simples e saborosos. ;Comecei o curso a pedido dos clientes. Eu ensino o que sei e recebo de volta desafios e ideias novas;, diz.
Pedro Coelho, 55 anos, foi um dos que aprenderam com o mestre. Ele, que já gostava de cozinhar, procurou o curso para aprimorar o que já sabia. ;Aprendi a fazer novos cortes, a manusear a carne e a temperá-la adequadamente;, conta. O servidor público diz que a base recebida nas aulas é tão boa que ele já conseguiu fazer um jantar de confraternização para os colegas de trabalho. ;Todos adoram a minha comida, principalmente minha família;, gaba-se, referindo-se a pratos como feijoada, medalhão e fava com carne seca. ;Aprendi com o Francisco a fazer um churrasco de bacalhau que é espetacular. Sempre faz sucesso;, salienta.
As aulas de Ansiliero ressaltam a importância do uso de bons ingredientes e de temperos frescos que garantem sabor apurado ao prato. As turmas são formadas por até 15 alunos, que escolhem e preparam as receitas, podendo ser, inclusive, um prato do cardápio do Dom Francisco. ;Essa troca me ajuda a dar mais dinamismo ao meu trabalho;, acredita o cozinheiro.
No Kaza Chique, todo mês são oferecidos 22 cursos, com temas como cozinha do dia a dia e aproveitamento de sobras criativo. No entanto, um dos grandes sucessos do lugar é o curso de cozinha oriental, ministrado por Mie Hiramatsu, que há mais de 30 anos se dedica à arte de preparar sushis. Mie foi a primeira mulher em Brasília a preparar o prato tradicional, contrariando o costume japonês de que só homens devem manusear os rolinhos de arroz. ;Isso é o costume deles. Mulher faz sushi tão bem quanto homem;, ressalta.
Mie tem inspirado outras mulheres a ignorar a tradição. Elas são maioria no seu curso, dividido em quatro aulas de três horas cada. Nele, os alunos aprendem a história da comida, a forma correta de comê-la, o vocabulário, os temperos e as peculiaridades. ;A pessoa tem de saber a fundo a história daquilo que está fazendo;, acredita. Mesmo parecendo difícil, Mie explica que o manuseio dos rolls é superfácil. ;As aulas são bem explicativas. Até quem não sabe nada de cozinha sai daqui fazendo sushi;, garante.
Para aprender
Aulas com início em fevereiro e março e para as quais ainda há vagas
; Filé mignon e variações I, com Sérgio Raffaelli
Quando: 21/2
Conteúdo: corte e receitas com o filé
Onde: Kaza Chique, 406 Norte
Informações: 3273-8004 e 8410-8004
; Clássicos das praias brasileiras, com Janaína da Matta
Quando: 23/2
Onde: Escola de Gastronomia de Brasília, 201 Sul
Informações: janainadamatta@gmail.com
; Curso: Especial peixes,
com Lena Gomes
Quando: 2/3
Onde: Kaza Chique, 406 Norte
Informações: 3273-8004 e 8410-8004
; Curso: Vinhos, com
Grégoire Gaumont
Quando: 22 de março a 12 de abril
Onde: Escola de Gastronomia de Brasília, 201 Sul
Informações: 8111-1007
Onde mais estudar
; Alice Mesquita
Informações: 3248-7743
; As Marias
Informações: 3345-7479
; Chef Catarina Melo
Informações: 3242-8351 e
; Culinarista Vera Ramalho
Informações: 3381-0703
; Emerson Mantovani
Informações: 8112-4973
; Francisco Ansiliero
Informações: 3323-5679