Roberta Sá vem a Brasília desde 2006, quando lançou Braseiro, o disco de estreia. Na sequência, após chegar ao mercado com o CD Que belo estranho dia para se ter alegria, esteve outras vezes, mas sempre para participar de projetos ao lado de outros artistas ou para rápidas apresentações em eventos. Agora, pela primeira vez, fará um show completo na cidade.
A cantora é a atração da edição que abre o projeto MPB Petrobras. Ela terá a companhia do Trio Madeira Brasil e mostrará o repertório do elogiado álbum Quando o canto é reza, totalmente dedicado à obra do compositor baiano Roque Ferreira. ;O namoro com a música de Roque vem desde o começo da minha carreira. Pedi a ele uma música para o Que belo e estranho dia e recebi várias, mas gravei apenas uma, Laranjeira;, lembra Roberta.
Quando decidiu fazer o Quando o canto é reza ; o título surgiu depois do disco pronto ;, Roberta percebeu que havia armazenado algo em torno de 60 canções desse profícuo compositor. ;A escolha do repertório obedeceu ao critério de gravar, prioritariamente, músicas inéditas. Quis aquelas que se adequassem melhor à minha interpretação e também ao trabalho de Marcello Gonçalves, Zé Paulo Becker e Ronaldo do Bandolim, os rapazes do Madeira Brasil, na criação dos arranjos;, explica.
Nos ensaios abertos, realizados no Centro Cultural Carioca, houve a seleção das 13 canções, sendo oito inéditas e cinco já gravadas, que ganharam nova roupagem na versão de Roberta e do trio. No disco, produzido por Pedro Luis e direção musical de Marcello Gonçalves, há uma diversidade rítmica, que passa por coco, maxixe, maracatu, ijexá, afoxé, ciranda, samba-choro e samba de roda.
;Roque tem sido gravado por Zeca Pagodinho, Maria Bethânia, Alcione e outros cantores. Mas o Quando o canto é reza é o primeiro disco só com músicas do mestre. Eu o gravei antes do Santo de casa ao vivo, de Mariene de Castro, que está sendo lançado agora;, comenta Roberta. Mandigo, Chita fina, Cocada, Oeixá de frente, Xirê , Marejada e Água da minha sede são algumas das faixas do CD.
Todas estão no roteiro do show e a elas se juntam Festejo, Afefé e Samba pras moças. No espetáculo, Roberta abre espaço para solos do trio. ;Gravar um disco com o Madeira Brasil era um sonho que acalentava há alguns anos. Tenho a maior admiração pelo som deles e isso veio complementar o que eu pretendia com o Quando o canto é reza. Marcello (Gonçalves) é meu vizinho de prédio e estamos sempre trocando figurinhas;, revela.
Segundo Roberta, Roque gostou do Quando o canto é reza (o CD). ;Quando fizemos o show em Salvador, ele nos recebeu em sua casa, mas como estava meio adoentado, não pode assistir ao show. Os familiares deles, porém, foram nos ver.; Ela adianta que continuará com a turnê até setembro e da agenda faz parte viagem ao Japão, para atender ao convite de um produtor daquele país.
Novo talento abre o show
; Músico talentoso da nova geração de Brasília, o violonista sete cordas Henrique Neto (filho de Henrique Santos Filho, presidente do Clube do Choro) é integrante do grupo Choro Livre. Há três anos, vem desenvolvendo trabalho solo como compositor e intérprete e em breve lança o primeiro CD individual. No show de meia hora, ele terá como convidado especial o baterista e percussionista Rafael dos Santos, e vai tocar cinco temas: Aviso aos navegantes (Baden Powell e Vinicius de Moraes), La catedral (Agustin Barrios), Odeon (Ernesto Nazareth), Luiza (Tom Jobim) e Lamentos do Morro (Garoto).
Roberta Sá e Trio Madeira Brasil
Show da cantora e do grupo, com abertura do violonista Henrique Neto, hoje e amanhã, às 21h, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Cláudio Santoro, pelo projeto MPB Petrobras. Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia), à venda na bilheteria do teatro. Não recomendado para menores de 16 anos.