No lugar fictício criado pela coreógrafa Laura Virgínia, um salão de dança pode ser palco de histórias cujas narrativas nem sempre precisam ser lineares. A abstração da linguagem corporal permite a multiplicidade nas formas de contar. E é com um vídeo que Laura decidiu apostar em possíveis histórias de encontros afetivos. Abs8 ; S3 ; x0 (foto), que será lançado hoje, às 19h30, no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB, 603 Sul), nasceu de uma pesquisa que entende a videodança como linguagem de categorias específicas. No vídeo, oito bailarinos dividem o espaço fictício de um salão de dança ao som de tangos, milongas e marchinhas de carnaval.
Abs8 ; S3 ; x0 não existe em forma de espetáculo encenado em um palco convencional. O vídeo é o produto final de criação e o título remete a coordenadas de um local imaginado pela coreógrafa. ;Também não é um espetáculo filmado, é uma dança feita para ser captada em vídeo;, explica a bailarina Janaína Bizinoto, integrante do elenco e colaboradora do grupo Margaridas Dança, cujos bailarinos participam da coreografia. ;O bonito é que o vídeo traz um olhar diferente sobre a dança. No palco, você vê o espetáculo de frente. O vídeo é capaz de trazer outros ângulos, que proporcionam outras emoções.;
Realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), Abs8 ; S3 ; x0 também traz Brasília como referência. Laura partiu de uma frase de Clarice Lispector ; ;Brasília é o futuro que aconteceu no passado; ; para associar a tecnologia contemporânea ao passado evocado pelas milongas e marchinhas.