Elas são donas do próprio nariz. E que nariz! Vermelho, rosa-choque. Não importa a cor. Mas é sim um legítimo nariz de palhaço. Ou melhor: de palhaça. Afinal, Matusquella, Cenoira e Gelatina são representantes da palhaçaria feminina do Distrito Federal. Ao lado de outras artistas locais, do Brasil e até do exterior, elas vão comandar o 2; Encontro de Palhaças de Brasília, que acontece, de quinta-feira até o dia 19, na Sala Martins Pena do Teatro Nacional Claudio Santoro e na UnB.
Gratuito, o evento traz, na programação, além de muito humor, o 1; Fórum de Mulheres e Palhaças, lançamento de livro, oficinas, cabarés, invasões, shows com vários artistas, salão de artes visuais voltado à palhaçaria feminina e uma feira com produtos feitos por mulheres ; a Brechota das Palhaças. ;O encontro nasceu dessa necessidade de ter um evento só para mulheres. A gente estava incomodada com essa divisão de gêneros entre palhaços e palhaças. O nosso, com o Esse Monte de Mulher Palhaça, do Rio, é o único evento voltado só para mulheres. O primeiro encontro que realizamos, em 2008, foi mais local, e agora ele traz convidadas não só de outros estados como o grupo As Marias da Graça (RJ), a palhaça paulista Margarida, além de estrangeiras, como a francesa Hugette Espoir e a argentina Povnia. Queremos fazer uma rede nacional de palhaças e explorar cada vez mais a comicidade feminina;, comenta a produtora Tatiana Carvalhedo.
Ao lado dela, na idealização e na organização do encontro, está Manuela Castelo Branco, ou melhor, a palhaça Matusquella. Há 12 anos fazendo rir, vestindo um figurino colorido bem ;tropiclown;, como ela batizou, a artista conta que, vez por outra, uma criança se espanta com o fato de ela ser uma palhaça, mas que esse panorama tem mudado ao longo dos anos. ;Um menino me disse uma vez: ;Como assim, você é uma palhaça? Eu só conheço palhaço!’ Mas isso está melhorando, apesar de faltar muito para ser o ideal. Brasília é um grande celeiro de palhaços e palhaças. É claro que há diferenças entre os dois. Geralmente, o palhaço aprende a ser palhaço no circo. É uma coisa de pai pra filho, bem tradicional. Já no casos das mulheres, elas acabam vindo de grupos de teatro. Tem um outro tipo de formação. Mas os dois têm um objetivo em comum que é fazer rir. Sempre. A gente procura humanidade, por isso fazemos graça;, opina.
Interpretada pela irmã de Manuela, Felícia Castelo Branco, Cenoira também é uma das atrações do encontro. Começou sua trajetória no grupo de teatro de rua Esquadrão da Vida e diz que o mais interessante na vida de uma palhaça é a autenticidade e a coragem para mostrar a cara. ;Ali, você é você mesma, apesar de ter uma maquiagem, um nariz por trás. Não é um personagem. A gente expõe o nosso lado mais ridículo. Mas é muito legal;, destaca.
Já Gelatina, personagem de Ana Luiza Bellacosta, acredita que fazer rir é um vício e que quando começa a contar suas piadas, não consegue parar. A palhaça atualmente está em crise de identidade e à procura de um outro nome: ;Não sei se passo a me chamar Trufa, Kibe Frito ou Vinil. Acho que tem mais a ver comigo;. Ana Luiza acredita que as mulheres estão revelando seu talento de palhaça e, cada vez mais, têm surgindo artistas instigantes na cidade e no país. ;A referência do palhaço é ainda muito forte, por isso essa dificuldade de associar uma mulher com a palhaçaria. Isso é de agora, do século 21 e está inserido nessa revolução feminina. As mulheres conquistando vários espaços, inclusive, a Presidência da República. Aos poucos, as coisas estão mudando. O protagonismo feminino está em cartaz.;
Doutora francesa
A atriz e palhaça francesa Jeannick Dupont vai ministrar oficina, que começa amanhã e segue até sexta, para o grupo Doutoras Música e Riso e outros artistas especialmente indicados pela trupe. Durante estes cinco dias, Jeannick vai prepará-los para também trabalharem em hospitais, já que ela é uma expert no assunto. A francesa é integrante do grupo Le Rire Médicin, atuante nos hospitais da França desde 1988. Depois de trabalhar como artista visual por 10 anos, Jeannick Dupont começou a se formar em palhaçadas e artes burlescas em 1996. Em 2002, ela criou a companhia La Cerise Dans le Gâteau (A Cereja do Bolo) em Rennes, cuja pesquisa está focada principalmente na palhaçada e na improvisação. Além da oficina, Jeannick vai dirigir um espetáculo solo com Antônio Vilarinho e apresentará seu espetáculo, no sábado, às 19h, na Sala Martins Pena.
2; Encontro de Palhaças de Brasília
De quinta a 19/12, na Sala Martins Pena do Teatro Nacional Claudio Santoro, no Anfiteatro 9 e na sala de cinema 2 da Universidade de Brasília (UnB). Entrada franca. Classificação indicativa livre. Informações: 8409-3374 e 8151-9725 ou pelo blog .
Gratuito, o evento traz, na programação, além de muito humor, o 1; Fórum de Mulheres e Palhaças, lançamento de livro, oficinas, cabarés, invasões, shows com vários artistas, salão de artes visuais voltado à palhaçaria feminina e uma feira com produtos feitos por mulheres ; a Brechota das Palhaças. ;O encontro nasceu dessa necessidade de ter um evento só para mulheres. A gente estava incomodada com essa divisão de gêneros entre palhaços e palhaças. O nosso, com o Esse Monte de Mulher Palhaça, do Rio, é o único evento voltado só para mulheres. O primeiro encontro que realizamos, em 2008, foi mais local, e agora ele traz convidadas não só de outros estados como o grupo As Marias da Graça (RJ), a palhaça paulista Margarida, além de estrangeiras, como a francesa Hugette Espoir e a argentina Povnia. Queremos fazer uma rede nacional de palhaças e explorar cada vez mais a comicidade feminina;, comenta a produtora Tatiana Carvalhedo.
Ao lado dela, na idealização e na organização do encontro, está Manuela Castelo Branco, ou melhor, a palhaça Matusquella. Há 12 anos fazendo rir, vestindo um figurino colorido bem ;tropiclown;, como ela batizou, a artista conta que, vez por outra, uma criança se espanta com o fato de ela ser uma palhaça, mas que esse panorama tem mudado ao longo dos anos. ;Um menino me disse uma vez: ;Como assim, você é uma palhaça? Eu só conheço palhaço!’ Mas isso está melhorando, apesar de faltar muito para ser o ideal. Brasília é um grande celeiro de palhaços e palhaças. É claro que há diferenças entre os dois. Geralmente, o palhaço aprende a ser palhaço no circo. É uma coisa de pai pra filho, bem tradicional. Já no casos das mulheres, elas acabam vindo de grupos de teatro. Tem um outro tipo de formação. Mas os dois têm um objetivo em comum que é fazer rir. Sempre. A gente procura humanidade, por isso fazemos graça;, opina.
Interpretada pela irmã de Manuela, Felícia Castelo Branco, Cenoira também é uma das atrações do encontro. Começou sua trajetória no grupo de teatro de rua Esquadrão da Vida e diz que o mais interessante na vida de uma palhaça é a autenticidade e a coragem para mostrar a cara. ;Ali, você é você mesma, apesar de ter uma maquiagem, um nariz por trás. Não é um personagem. A gente expõe o nosso lado mais ridículo. Mas é muito legal;, destaca.
Já Gelatina, personagem de Ana Luiza Bellacosta, acredita que fazer rir é um vício e que quando começa a contar suas piadas, não consegue parar. A palhaça atualmente está em crise de identidade e à procura de um outro nome: ;Não sei se passo a me chamar Trufa, Kibe Frito ou Vinil. Acho que tem mais a ver comigo;. Ana Luiza acredita que as mulheres estão revelando seu talento de palhaça e, cada vez mais, têm surgindo artistas instigantes na cidade e no país. ;A referência do palhaço é ainda muito forte, por isso essa dificuldade de associar uma mulher com a palhaçaria. Isso é de agora, do século 21 e está inserido nessa revolução feminina. As mulheres conquistando vários espaços, inclusive, a Presidência da República. Aos poucos, as coisas estão mudando. O protagonismo feminino está em cartaz.;
Doutora francesa
A atriz e palhaça francesa Jeannick Dupont vai ministrar oficina, que começa amanhã e segue até sexta, para o grupo Doutoras Música e Riso e outros artistas especialmente indicados pela trupe. Durante estes cinco dias, Jeannick vai prepará-los para também trabalharem em hospitais, já que ela é uma expert no assunto. A francesa é integrante do grupo Le Rire Médicin, atuante nos hospitais da França desde 1988. Depois de trabalhar como artista visual por 10 anos, Jeannick Dupont começou a se formar em palhaçadas e artes burlescas em 1996. Em 2002, ela criou a companhia La Cerise Dans le Gâteau (A Cereja do Bolo) em Rennes, cuja pesquisa está focada principalmente na palhaçada e na improvisação. Além da oficina, Jeannick vai dirigir um espetáculo solo com Antônio Vilarinho e apresentará seu espetáculo, no sábado, às 19h, na Sala Martins Pena.
2; Encontro de Palhaças de Brasília
De quinta a 19/12, na Sala Martins Pena do Teatro Nacional Claudio Santoro, no Anfiteatro 9 e na sala de cinema 2 da Universidade de Brasília (UnB). Entrada franca. Classificação indicativa livre. Informações: 8409-3374 e 8151-9725 ou pelo blog .