Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Aparício Ribeiro lança o CD Serras e veredas na Sala Cássia Eller

Foi amor à primeira vista, como nos clássicos romances que estamos habituados a ver por aí. Porém, no caso do mineiro Aparício Ribeiro, a paixão foi por um instrumento musical. Mais especificamente, pela viola caipira. ;Ganhei da minha mulher em 1983 e desde então estou com ela nos braços;, relembra. Fruto desta relação, o quarto álbum Serras e veredas será lançado hoje, às 20h30, na Sala Cássia Eller (Funarte). Com sua viola de 10 cordas, o músico ainda conta com a participação de Gustavo Vilas Boas no violão de seis, Fabrício Ribeiro no baixo e Cléber Ferreira na percussão. ;Conclamo a todos os apreciadores da boa música caipira e regional a comparecerem;, convida.

Com influências musicais que passam por Tonico & Tinoco, Tião Carreio, Almir Satter e Nenete & Silva, o violeiro faz questão de ressaltar que não só musica sertaneja ou caipira saem de seus acordes. ;Várias tendências musicais interpretadas por grandes artistas, cantores ou compositores me influenciaram e influenciam até hoje. Minha música é uma síntese do que eu ouvi e ouço;, relata.

Ouça a canção Flor do Cerrado, de Aparício Ribeiro

A infância, em Patos de Minas, foi a de um menino tradicional do interior. De acordo com o artista, uma juventude dentro dos padrões, vivida com intensidade. Porém, entre as tarefas cotidianas como ir a escola e jogar futebol, o ainda menino Aparício foi seresteiro e chegou a participar de três conjuntos musicais na década de 1960, todos com guitarra, vocais e baixo.

Em sua música, o artista deixa evidente sua paixão pela natureza. Embora seja de origem urbana, ele declara que constantemente em sua vida teve contato com o campo. Observador de pássaros, árvores, córregos e nascentes, define essa ligação como uma espécie de respeito misturado com fé. ;Quem sabe seja a crença em um ser superior. Minha música também é uma denúncia contra os males que fazemos ao meio ambiente;, caracteriza.
Para Aparício, falta mais interesse da grande mídia em divulgar trabalhos como o dele. ;O governo deveria incentivar mais, facilitando a captação de recursos pelos artistas. Assim, poderiam realizar seus trabalhos e, enfim, enriquecer cada vez mais a nossa cultura popular;, desabafa o mineiro, que aproveita o espaço para reclamar dos adeptos do chamado sertanejo universitário. ; Tudo isso só denota mais interesse comercial do que cultural. Esses músicos não têm nenhum compromisso com a cultura musical e até com o bom gosto;, dispara, convicto.