Diversão e Arte

Paulinho Moska faz a alegria dos fãs em show no Centro de Convenções

postado em 22/11/2010 14:29

Além das novas canções, Moska incluiu clássicos no repertórioO retorno do cantor e compositor Paulinho Moska aos palcos brasilienses resgatou uma faceta pouco explorada do artista multimídia. Foi contracenando com um regador prateado que o também ator carioca, formado pela Casa das Artes de Laranjeira (CAL), no Rio de Janeiro, abriu o show na sala Planalto, do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, da noite do ultimo sábado. Sob letra e melodia de Semicoisas, canção escrita em homenagem ao segundo filho, Valentim, de três meses, Moska fez uma ode ao novo na vida, ao regar, em tese, a plateia com o momento pé no freio pelo qual passa.


Com 43 anos, sendo mais de 20 de carreira, o artista quer alçar o sossego, sempre, claro, trilhando o caminho da poesia e da independência. Muito pouco, o CD duplo lançado, depois de seis anos sem gravar discos, reflete a maturidade vivida por Moska, cuja vontade de desacelerar tem o simples intuito de desfrutar das coisas. Na única apresentação desta turnê feita na capital, o cantor mesclou canções novas, que já estão na ponta da língua dos fãs, como Sinto encanto, Deve ser o amor e Saudade - gravada por Maria Bethania e finalista de melhor canção no Prêmio da Música Brasileira ; com hits, como A idade do céu, A seta e o alvo e Lágrimas de diamantes.


Para ilustrar ao publico a fase cavernosa de Moska, imagens do ultrassom de Valentim foram exibidas intercaladas com desenhos infantis do primogênito Antonio. Fotos da recente experimentação do artista, um ensaio em preto e branco, com ênfase no contraste de sombra e luz, também foram apresentadas. Fotógrafo amador, Moska admite ser um imbecil quando utiliza uma câmara fotográfica manual, mas, com ar despretensioso, diz ser adepto do ideal punk, que oferece a oportunidade de ;ter prática naquilo que não somos profissionais;.


A desinibição artística de Moska é um deleite para os seletos e fieis fãs, que ocuparam metade da capacidade máxima de mil lugares da Sala Planalto. A cada manifestação dele no palco, o público retribuía com palmas, gritos e assobios. A voz aveludada do artista, aquecida com goles de uísque caubói, trouxe historias curiosas e engraçadas, como a da criação da letra de Saudade, em parceria com Chico Cesar. ;Ele (Chico) veio para minha casa e observou, no caminho, dentro do taxi, o reflexo da Lagoa Rodrigo de Freitas. Disse que a imagem bateu saudade. Quando perguntei de quê, Chico disse: de nada;, contou, aos risos, Moska.


O show durou cerca de uma hora e meia, iniciado com atraso de 40 minutos. O horário previsto para começar era às 21h. A falta de lugar marcado nas improvisadas cadeiras na sala provocou a formação de uma fila a partir das 18h. O Centro de Convenções pecou ao receber o público sem lixeira nos banheiros e com insistentes erros no programa de computador que transmitia as imagens selecionadas para decorar o palco. Mas Moska aliviou com palavras doces. ;Me sinto mais brasileiro em Brasília. É uma honra ser querido aqui;, disse.


Homenagens a amiga Cássia Eller (Nada vai mudar isso) e ao ídolo Michael Jackson (Billy Jean) marcaram o bis de Moska com a inesperada participação dançante da plateia. Os mais ávidos ficaram em pé na beira do palco para aproveitar os últimos instantes com o artista. De Brasília, Moska seguiu viagem para Montevidéo, no Uruguai, onde encarará duas sessões já esgotadas. Em seguida, visita com a turnê outros países da America do Sul. Aparentemente, a fase de desaceleração de Moska começou muito pouco desacelerada, de agenda cheia.

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