Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Orquestra de Percussão fará apresentação sob a regência de Leander Motta


O percussionista e maestro Leander Motta avisa à comunidade do DF: ;Saia de casa neste domingo e traga panelas, colheres e penicos. Vamos transformar tudo em instrumento.; O chamado é para formar coro com a Orquestra de Percussão, que reúne mais de 250 jovens, adultos e crianças, às 19h, no estacionamento da Caixa Cultural. ;Vamos juntos unificar essas sonoridades aprendidas num projeto especial, que construiu instrumentos em papelão e outros materiais reciclados;, destaca Leander. A apresentação é gratuita e com classificação indicativa livre.

Todos os batuques e toques se unem para celebrar o fim dos ciclos de oficinas do Tambores do Brasil. Esse encontro musical é fruto de projeto que, ao longo do mês de setembro, reuniu conhecidos e respeitados instrumentistas e artistas plásticos brasileiros: Naná Vasconcelos, Marcos Suzano, Ives Quaglia e Hermógenes Araújo. O processo ajudou a formar também o conceito de músico entre os participantes. ;O percussionista de hoje ao tocar o seu instrumento refaz o processo primitivo do homenídeo, que pegava o galho para, além de caçar e usar a ferramenta, fazer o som e exaltar a força em grupo. Ele preserva esse primeiro ato;, poetiza Leander.

Com oficinas lotadas, Tambores do Brasil atravessou o mês no aprendizado de percussão e na construção de instrumentos para jovens, crianças e adultos. ;As nossas expectativas foram superadas quando conseguimos mobilizar mais de 250 oficinas. Tivemos até público comum nos quatro momentos. Com Naná Vasconcelos, a gente teve percussionistas e profissionais diversos, como advogados e médicos. Foi um momento mágico com todos envolvidos e coesos;, conta o produtor e idealizador do projeto, Sérgio Bacelar.

Parte desses instrumentos estará em exposição no foyer da Caixa Cultural até domingo. Foram criados no segundo módulo, desenvolvido pelo artista plástico Ives Quaglia em comunidade de São Sebastião. Depois, todos aprenderam ritmos baianos com Hermógenes Araújo. Culminou o trabalho com a oficina de Marcos Suzano, que a princípio era para 60 participantes por turma e teve que comportar 160, com execução na Caixa Cultural e no Departamento de Música da Universidade de Brasília (UnB). ;O resultado desse trabalho foi hipnótico;, conta Bacelar.

Desde ontem, Leander Motta desafia-se para afinar e dar unidade a todos esses integrantes num encontro, que terá ainda a presença de Hermógenes Araújo, que fará uma demonstração da oficina de ritmos baianos, e Marcos Suzano, que também exibe o resultado do aprendizado em pandeiros e da técnica do toque ao contrário, desenvolvida pelo músico. ;O desafio é dialogar essa percussão corporal afro-brasileira de Naná Vasconcelos com a batida estrutural do pandeiro de Marcos Susano, que parece uma bateria. Então, vamos compor uma peça a partir dessa união;, destaca Leander. Participaram do projeto as instituições: Tamo no Ar, do Paranoá; Sons de Cidadania e Cangonya, de São Sebastião; Entorno das Artes, de Ceilândia; Batucadeiras, do Núcleo Bandeirante; e os grupos Batalá, Escola do Choro, Patubatê, Pé de Serrado e AdoraRoda (Brasília).


ORQUESTRA DE PERCUSSÃO
Domingo, às 19h, no estacionamento da Caixa Cultural Brasília (SBS). Entrada franca. Classificação indicativa livre. Informações: 3367-5432.