Diversão e Arte

Diogo, Gisa e Didu fazem homenagem no Feitiço Mineiro para João Nogueira

Irlam Rocha Lima
postado em 06/10/2010 08:00
Diogo Nogueira volta a cantar em Brasília, agora só com o repertório do pai: roda de samba em família A primeira vez que Diogo Nogueira se juntou à tia Gisa e ao primo Didu para homenagear João Nogueira foi há 10 anos, logo depois da morte do pai. À época, embora participasse com frequência de rodas de samba, ainda não havia decidido seguir a carreira de cantor. Depois, voltou a fazer algumas apresentações com os parentes no Rio de Janeiro e em São Paulo. Desde que lançou o primeiro CD em 2007 e tornou-se um dos mais bem sucedidos sambistas da nova geração, Diogo, devido a muitos compromissos assumidos, nunca mais subiu ao palco com eles. Hoje, porém, o brasiliense poderá testemunhar o reencontro do cantor e compositor com Gisa e Didu, em show que integra a programação comemorativa dos 21 anos do Feitiço Mineiro. ;No meu retorno ao Feitiço, lugar onde cantei pela primeira vez em Brasília, agora ao lado da minha Tia Gisa e do meu primo Didu, duas pessoas muito queridas, vou prestar uma homenagem a meu pai, cantando músicas do repertório do João;, adianta Diogo. Ele já havia feito tributo ao pai no CD de estreia, gravado ao vivo no Teatro João Caetano, em que recriou Espelho, Nó na madeira e O poder da criação. Com presença frequente nos palcos da cidade, Diogo sempre reverencia João Nogueira em um dos blocos do seu show. ;Ele vai estar sempre presente em tudo que venha fazer;, afirma. Não faltam lembranças do pai em Sou eu, o DVD que o cantor gravou em julho no Viva Rio (Rio de Janeiro), com a participação de Chico Buarque, Ivan Lins e do bandolinista brasiliense Hamilton de Holanda. Sobre seus companheiros do show desta noite, Diogo fala em tom elogioso: ;Minha tia Gisa é uma das maiores compositoras do Brasil e meu primo Didu é um grande cantor, que tem timbre parecido com o do João. Ele está sempre promovendo eventos e acaba tendo mais destaque nos bastidores do que nos palcos. Vai ser um enorme prazer estar com eles em cena;. Esta é a primeira vez que Gisa e Didu cantam na capital. Admiradora do sobrinho, a cantora e compositora vê na imagem e no talento de Diogo características próximas às do irmão. ;A voz e a interpretação dele, então, são muito parecidas com as de João;. Quanto ao filho Didu, Gisa acha que ele deveria seguir a mesma trajetória de Diogo, ;pois também tem uma voz bonita e o sangue dos Nogueira;. Parceira de João Nogueira em alguns sambas ; entre eles, Meu lema e Eu sei, Portela ;, Gisa espera que o encontro com Diogo e Didu no Feitiço Mineiro seja uma grande festa da música popular brasileira, ;na justa homenagem ao João, um dos nossos mais importantes compositores;. A compositora conta que tem mais de 30 músicas gravadas por cantoras como Clara Nunes, Elza Soares e Beth Carvalho, por ela mesma e, também, pelo irmão. HOMENAGEM A JOÃO NOGUEIRA Show com Diogo Nogueira, Gisa Nogueira e Didu Nogueira, como parte da programação comemorativa dos 21 anos do Feitiço Mineiro, hoje, às 22h. No Feitiço Mineiro (306 Norte). Couvert artístico R$ 45 (dentro da casa) e R$ 35 (parte externa). Não recomendado para menores de 18 anos. Informações: 3272-3032. Mestre sambista Referência para a nova geração de sambistas, João Nogueira nasceu no subúrbio do Méier, no Rio de Janeiro em 12 de novembro de 1941 e morreu em 5 de junho de 2008. Elogiado intérprete de Noel Rosa, Cartola, Nelson Cavaquinho, Elton Medeiros, Paulinho da Viola e Martinho da Vila, o cantor aprendeu a tocar violão ; de ouvido ; e, aos 15 anos de idade, já compunha, em parceria com a irmã Gisa. Elizeth Cardoso foi quem o lançou como compositor ao gravar Espera, ô nega. Mas João começou a se destacar quando participou, com Alcione, Roberto Ribeiro, Martinho da Vila, Clara Nunes e Beth Carvalho de uma coletânea produzida pelo radialista Adelzon Alves. Ao longo da carreira, gravou 18 discos ; o último é João de todos o sambas. Depois de sua morte foram feitos alguns relançamentos. Entre os sucessos que fazem parte do seu legado estão As forças da natureza, Baile no Elite, Espelho, Nó na madeira e Poder da criação. João não teve tempo de ver o filho Diogo, que queria ser jogador de futebol, seguir seus passos ao se lançar com sucesso na carreira artística. Se vivo fosse, certamente se orgulharia do cantor e compositor que vem levando adiante o talento musical dos Nogueira. (IRL).

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