O novo DVD Multishow ao vivo Skank no Mineirão pode parecer revisão de carreira da banda mineira. De certa forma, é mesmo. ;É uma grande celebração da carreira do Skank. Não como uma data simbólica, mas celebra uma história de 10 álbuns lançados;, admite o vocalista Samuel Rosa. Cerca de 50 mil pessoas ou ;um verdadeiro mar em Minas Gerais;, como definiu Rosa, compareceram ao Estádio do Mineirão em 19 de junho para a gravação patrocinada pelo canal a cabo Multishow. O DVD acaba de ser lançado.
A indecisão na hora de escolher quais músicas comporiam o CD, DVD e Blu-ray gerou o lançamento de um álbum duplo com 31 faixas que chega a loja este mês e performance que foi exibida no Multishow dia 12. ;Foi um das nossas maiores plateias sim. O mais importante é que eles estavam lá exclusivamente por causa do Skank. Era um público muito comprometido;, relembra o cantor, de 44 anos. Os fãs foram compensados com uma peformance de cerca de três horas de duração com os maiores sucessos da banda, como Vou deixar, É uma partida de futebol, Acima do sol, Resposta e Jackie Tequila e mais três músicas inéditas. Entre elas, De repente e Presença, produzida com o eterno parceiro de composições de Rosa, o paulistano Nando Reis.
Apesar dos ares de superprodução, o resultado do DVD não é exatamente uma novidade na carreira do grupo que começou em 1991 e estourou nacionalmente no Brasil em 1994 com o CD Calango. O quarteto formado desde sempre por Samuel Rosa (guitarra e voz), Henrique Portugal (teclados), Lelo Zaneti (baixo) e Haroldo Ferreti (bateria) parece ter encontrado uma fórmula difícil de abandonar. ;A maturidade não tem hora marcada para chegar. Isso não começa no estúdio. Está dentro da gente. A gente vem conseguindo um alinhamento mínimo necessário para que a banda continue existindo;, explica Rosa.
;Até hoje nós só tínhamos gravado um disco ao vivo que foi lançado há 10 anos. A gente optou por fazer discos de músicas inéditas. Eu acho que é bem razoável fazer outro registro ao vivo agora;, comenta o músico. Ao lado de Chico Science, do também mineiro Pato Fu e do Raimundos (de Brasília) o Skank formavao bloco principal do pop rock brasileiro nos anos 1990. A banda brasiliense já não existe mais e o Pato enveredou pelo caminho da pesquisa musical com o lançamento do álbum Música de brinquedo.
;O rock tem apelo juvenil. Mas quem anda enchendo estádios são artistas mais velhos do que eu, como o Neil Young. Isso não acontecia nos anos 1990. Nós tínhamos uma comunicação muito boa com os jovens, mas o nosso público não era somente de adolescentes. A gente falava para um público de 25 a 30 anos também. As bandas de rock hoje em dia são bem teenagers;, constata o vocalista quarentão.