Um brasileiro foi o ganhador do primeiro Concurso Latino-Americano de Composição para Bandas Sinfônicas, realizado pelo selo editorial Danza Music Latin America, Yamaha e pela Associação Mundial de Bandas e grupos sinfônicos (Wasbe), em junho. O compositor, trompista e professor Fernando Morais, 44 anos, é musico da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro e também dá aulas na Escola de Música de Brasília, cidade onde vive há uma década. ;Sempre procuro participar de concursos, mas foi uma boa surpresa ter sido premiado. Não esperava ser o vencedor. É sempre um estímulo. A linguagem musical que eu uso para banda sinfônica é muito parecida com a das orquestras sinfônicas modernas. Porque, querendo ou não, sou músico de orquestra, há pelo menos 25 anos;, comenta.
Fernando concorreu com 25 músicos de toda a América Latina. A obra vencedora, Contrastes, foi composta em 2007, mas nunca foi executada. Sua estreia vai acontecer justamente durante a entrega do prêmio, que acontece em novembro, na Colômbia. ;Ela foi composta originalmente para pequena orquestra de sopros e percussão e foi dedicada a Vaclav Vineck e Hary Schweiz, dois instrumentistas e professores de destaque aqui em Brasília. Dei esse nome porque ela mexe com vários ritmos, texturas e sonoridades diferentes, além de utilizar não só instrumentos de sopro, como de percussão;, explica Morais.
Para o concurso, o músico reorquestrou a obra para banda sinfônica, mantendo o caráter camerístico original. A peça será executada por uma banda sinfônica composta por instrumentistas de toda a América Latina. A regência será do maestro húngaro Laslo Marosi. A obra será publicada pelo selo editorial Danza Music Latin America e terá sua execução realizada na Europa, Ásia, América e África.
Trauma
Fernando Morais é natural de Santos (SP) e começou a se dedicar à música, primeiramente, por intermédio do trombone. Porém, uma experiência um pouco ;traumática; com seu professor, quase o fez desistir da carreira. Foi quando conheceu o maestro Roberto Farias, que passou a se dedicar à trompa. Integrou a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, no período de 1988 a 1992, sob a regência do maestro Eleazar de Carvalho.
Atualmente vem desenvolvendo um intenso trabalho de música de câmara com o Opus Art Trio (clarineta, trompa e piano), com o qual venceu o 1; lugar no 2; Concurso Internacional de Música de Câmara de Buenos Aires, em 1997, e participou da World Association of Symphonic Bands and Ensembles (Associação Mundial de Bandas e grupos sinfônicos), realizado em Schladming, na Áustria.
Além do recente prêmio latino-americano de composição para bandas sinfônicas, ele já conquistou o 2; lugar no Concurso de Composição Instrumental, instituído pelo Sesc ; Brasília, o 1; Lugar no 1; Concurso Nacional de Composição Claudio Santoro realizado pela Universidade de Brasília (UnB), e, no ano passado, ficou em 2; no I Concurso Nacional de Arranjos para Bandas de Música Tradicional, realizado em São João Del Rey (MG).