O Quarteto Maogani está na maior expectativa em relação ao seu novo projeto. Em 2009, o grupo gravou um disco no estúdio House of Blues, em Los Angeles, com temas brasileiros e standard de jazz, que deve ser o primeiro lançamento do recém-inaugurado selo de Sérgio Mendes,- músico brasileiro radicado nos Estados Unidos desde a década de 1960 - produtor do trabalho.
Algumas músicas registradas no álbum estão no roteiro do show que MaurÃcio Marques (violão requinto), Marcos Alves (violão de seis cordas), Carlos Chaves (violão de sete cordas) e Paulo Aragão (violão de oito cordas) farão de hoje a sexta-feira, à s 21h, no Clube do Choro, pelo projeto BrasÃlia, 50 anos - capital do choro. A eles se juntarão músicas que fazem parte dos quatros álbuns lançados entre 1997 e 2007.
"Em 2001 fomos apresentados ao Sérgio Mendes pelo Guinga, no Rio de Janeiro. Tocamos para o Sérgio, que gostou do nosso som. Cinco anos depois, abrimos um show do Sérgio no Hollywood Ball, em Los Angeles, e, no ano passado, a convite dele, voltamos àquela cidade para gravarmos um CD. Da pré-produção até o estúdio, trocamos muitas idéias", conta Paulo Aragão.
Na construção do repertório, por exemplo, o pianista revelado nos bares do Beco das Garrafas, em Copacabana (Rio de Janeiro), berço da bossa nova, fez sugestões ao Maogani. "Ele observou que como é um disco para o mundo deverÃamos gravar temas que fossem bem assimilados pelo ouvinte dos Estados Unidos, da Europa ou do Japão. Manhã de carnaval (Luis Bonfá e Antônio Maria), clássico da música brasileira; Frevo rasgado (Gilberto Gil), por sua caracterÃstica rÃtmica; e Easy to love, de Cole Porter, um standard de jazz".
Os três temas vão se juntar à Caçador de borboletas, composição pouco conhecida de Radamés Gnattali, também incluÃdos no repertório do CD; e músicas dos outros discos do quarteto, entre as quais, a valsa Tristorosa (Heitor Villa-Lobos), o choro Relâmpago (Garoto), A ginga do Mané (Jacob do Bandolim), Ãgua de beber (Tom Jobim e Vinicus de Moraes), Samba novo (Baden Powell) e Cai dentro (Baden Powell e Paulo César Pinheiro), todos com arranjos do grupo.
Sem se apresentar no Clube do Choro desde 2007, o Maogani está de volta depois de turnê recente pela Eurpoa, com passagem pela Rússia, Armânia e República Tcheca. "Para nós é sempre prazeroso tocar no Clube do Choro, palco generoso para a música instrumental, onde temos, sempre, ótima acolhida da parte de um público atento e bem informado", elogia. Em agosto, o quarteto seguirá para a Itália, com participação confirmada em dois festivais.
Quarteto Maogani
Show do grupo carioca de hoje a sexta-feira, à s 21h, pelo projeto BrasÃlia, 50 Anos - Capital do Choro. No Clube do Choro (Eixo Monumental, ao lado do Centro de Convenções Ulysses Guimarães). Ingressos R$ 20 e R$ 10 (meia para estudantes). Não recomendado para menores de 14 anos. Informações: 3244-0599
Sonoridade sofisticada
Formado na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Quarteto Maogani tem 15 anos de carreira, e quatro discos lançados: Maogani (1997), Cordas cruzadas (1999), Ãgua de beber (2004) e Impressão do choro (2007). Com uma nova concepção da música popular brasileira, a partir de arranjos elaborados, conquistou a crÃtica e o público. De formação clássica, os violonistas MaurÃcio Marques, Marcos Alves, Carlos Chaves e Paulo Aragão, desde o começo da carreira tiveram a música popular como a base do repertório de shows e discos. Embora seja visto como um quarteto de câmara, os integrantes do Maogani extraem dos instrumentos sonoridade caracterÃstica do samba e do choro, mas sempre com sofisticação.
Ouça música com o Quarteto Maogani