O que os artistas brasileiros Gal Costa, Vanessa da Mata, Ney Matogrosso, Chico César e Djavan e os internacionais Youssou N`Dour, Patrick Bruel, Baaba Maal, Manu Dibango, Angélique Kidjo e Natalie Merchant têm em comum? Eles são apenas alguns dos músicos que se encantaram com o talento do cantor Lokua Kanza e gravaram composições ou se apresentaram com o músico congolense.
Lokua é a atração de hoje da Festa da Música de Brasília. O evento será realizado a partir das 18h, no estacionamento do Centro de Atividades Sesc Ceilândia. Além do cantor, quem também se apresentará no local é a brasiliense Orquestra Popular Marafreboi ; que conta com músicos de diferentes regiões do país e interpreta um repertório constituído por maracatu, frevo, baião, coco e outros ritmos regionais.
Lokua não é exatamente um novato em palcos brasilienses. Ele esteve por aqui em 2005. ;Tenho boas memórias. A cidade do futuro e das luzes;, comentou em entrevista ao Correio. A relação do músico com o Brasil é mais antiga. Começou em 1997, quando Djavan convidou Lokua e o cantor americano Al Jarreau para participarem de sua apresentação em um festival. ;Foi um momento incrível;, lembra. ;Uau! Posso me lembrar disso como se fosse ontem. Foi no Congo, eu era muito jovem. Ouvi Elis Regina, Tom Jobim, Milton Nascimento;;, conta sobre seus primeiros contatos com a MPB. ;Minha impressão foi estranha, porque eu percebia algo familiar quanto ao ritmo, mas outras harmonias em termos de acordes;, detalha.
Nascido Pascal Lokua Kanza em abril de 1958, em Bukavu, província de Kivu, na República Democrática do Congo (na época, Zaire), o cantor mostrou interesse pela música ainda na infância. Na adolescência já tocava em bandas de rumba e logo foi estudar música tradicional em um conservatório. Ao 20 anos, Lokua era integrante da banda da cantora Abeti Masikini, uma superstar em seu país. Depois de alguns anos trabalhando em orquestras de baile em hotéis e restaurantes da Costa do Marfim, ele foi estudar música na França. Foi em Paris que ele ampliou seus conhecimentos em jazz, música erudita, pop e, claro, música africana. Durante a década de 1980, o cantor participou de diversos grupos com outros músicos africanos ao mesmo tempo em que fazia um nome para si próprio.
O reconhecimento internacional veio no início da década de 1990, quando começou sua carreira solo. Seu trabalho é caracterizado pelo canto macio e pelas melodias acústicas. Suas letras são tanto em francês quanto nos dialetos lingala e swahili ; e, em alguns casos, em inglês e até português. ;Agora eu falo um pouco de português porque moro no Rio;, brinca Lokua, que divide seu tempo entre Paris e a cidade maravilhosa. O cantor gravou seis álbuns. O mais recente, Nkolo, foi lançado em 2009. ;Nkolo é uma maneira de dizer obrigado a Deus. Então, eu acho que este disco é mais espiritual do que os outros;. No palco, o músico será acompanhado por Pathy nas guitarra, Dido no baixo, Komba na percussão e Malaika nos vocais.
Música na rua
A primeira edição da Festa da Música (Fête de la Musique, em francês) foi feita em 1982. O evento, realizado originalmente no verão europeu apenas em cidades da França, tem como proposta levar shows gratuitos para a população e encorajar músicos amadores a irem para às ruas mostrar suas músicos. Atualmente, dezenas de países aderiram ao projeto. Em Brasília, a Embaixada da França promove a Festa da Música desde 2004.
VÃdeo da música Plus Vivant, de Lokua Kanza
Confira vÃdeo da música Wapi Yo, do cantor Lokua Kanza
Confira o vÃdeo da música Sina, de Djavan, Al Jarreau & Lokua Kanza
Festa da música
Hoje, às 18h, no estacionamento do centro de atividades Sesc Ceilândia (QNN 27, lote B, Ceilândia Norte). Shows com a Orquestra Popular Marafreboi e o cantor congolense Lokua Kanza. Acesso livre.