Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Leia trecho do livro 'Michael - O rei do pop', de Chris Roberts

"Ele é belo, ferino, febril. Aos 49 anos, Michael Jackson ainda é uma criança. O show é bombástico, narcisista. Também é fantasia, mágica, uma viagem, dissimulação. Ele dança com graça; nos joelhos, poeira de Elvis." Eu assisti a um concerto de Michael Jackson no Wembley Stadium, no dia 26 de julho de 1997, e foi isso o que escrevi. E continuei: "Ele tem um complexo de messias que devora cada um dos seus poros. Então, o sorriso intergalático. 'Pare de me pressionar', ele canta, mas ele ama tudo isso." A juventude foi um sonho de que Michael não conseguiu acordar. 'No meu coração, sempre serei Peter Pan', ele disse, certa vez. E isso não é algo muito produtivo neste grande mundo mau. A grandiosidade que o transformou em um astro maior do que todos os outros começou a pesar e, no fim da vida, a atormentá-lo. Sua morte, no dia 25 de julho de 2009, chocou o mundo, mas talvez tenha curado a sua alma. O''maior cantor e dançarino de todos os tempos' morreu antes que o fim da juventude se tornasse insuportável.