Depois da Sinfonia da alvorada, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, Brasília ganha em breve a Sinfonia monumental, composta por Hamilton de Holanda. Conhecido por seu trabalho como intérprete e criador na área da música popular - em especial o choro -, o bandolinista carioca, que iniciou a carreira na capital, é bacharel em composição pela Universidade de Brasília (UnB).
"Nos intervalos entre as apresentações em turnês pelo Brasil e pelo exterior, nos dois últimos anos, me detive na criação da Sinfonia monumental, uma peça em cinco movimentos, com duração de 50 minutos, que focaliza a história de Brasília, dos seus idealizadores e construtores - Juscelino Kubitschek, Oscar Niemeyer, Lucio Costa, Israel Pinheiro, Bernardo Sayão e operários. Inicialmente, escrevi e fiz as orquestrações e, em seguida, com o auxílio do violonista Daniel Santiago, conclui a composição dos temas", conta Hamilton.
Cinco temas integram a sinfonia: Primeiras ideias, A marcha dos candangos, O encontro, JK proibido e Caos e harmonia. "A peça é uma síntese de estilos musicais que marcaram a cidade ao longo dos primeiros 50 anos. Quem ouvi-la vai identificar facilmente elementos da modinha mineira, do samba, do choro, de ritmos nordestinos e, claro, do rock feito pelas bandas brasilienses na década de 1980", explica o instrumentista.
Desde quarta-feira, no auditório da Casa Thomas Jefferson, da Asa Sul, Hamilton tem ensaiado com os músicos e cantores que, hoje e amanhã, das 10h às 16h, estarão gravando a sinfonia. Entre os 43 músicos convidados estão integrantes da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, do Departamento de Música da UnB e da Escola de Música, e mais 16 vocalistas do Madrigal de Brasília.
Faz parte do projeto, que tem apoio do FAC, CD e livro que trarão relato ssobre o processo de criação e gravação da sinfonia, textos sobre Brasília, acompanhados de fotos. Quem vai coordenar esse projeto é o designer Rafael Dietz. "Espero fazer o lançamento da Sinfonia monumental, com um concerto em local ainda não definido - poderá ser a Sala Villa-Lobos ou a Esplanada dos Ministérios - entre outubro e novembro deste ano", adianta Hamilton.