Começou no último sábado, em Florianópolis, a turnê nacional do Quarteto BrasÃlia. Serão quatro meses na estrada, com apresentações marcadas em 85 cidades de todas as regiões do paÃs. O projeto Sonora Brasil é uma iniciativa do Sesc nacional. "A série tem como objetivo divulgar a música erudita feita no Brasil com as comunidades menos favorecidas, a pessoas que não têm acesso e espetáculos desta natureza, tanto nas capitais como em cidades do interior", conta o violoncelista Guerra Vicente.
O músico integra o grupo, com os violinistas Cláudio Cohen e Ludmila Vinecka e a violista Glêsse Collet, explica que os concertos serão comentados e terão como foco o movimento musical ocorrido na década de 1940, denominado Música viva, "desencadeado pelo maestro alemão Hans Joachin Koellreuter e que contou com a participação de compositores brasileiros".
De acordo com o violoncelista, farão parte do programa dos concertos o Quarteto nº 7 e o Duo para violino e violoncelo, de Claudio Santoro; o Pequeno duo para violino violoncelo e o Quarteto nº 2, de Guerra Peixe. "Depois do Sul, vamos para as regiões Nordeste e Norte, na sequência, voltamos para o Centro-Oeste e iremos ao Sudeste. No Rio de Janeiro, faremos a gravação das obras que serão executadas nos concertos", adianta.
O Quarteto BrasÃlia, que em 2011 comemora 25 anos, é um dos grupos de câmara mais respeitados da música erudita brasileira. Guerra e Ludmila são professores aposentados pela UnB; Glêsse é mestra de viola e música da câmara no Departamento de Música da mesma instituição; enquanto Cohen, há alguns anos, atua como spalla da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro. Ele substituiu Moisés Mandel, que foi o primeiro violinista da companhia, nos dois primeiros anos de atividade, hoje radicado em Recife.
Concertos
Essa não será a primeira vez que o Quarteto BrasÃlia excursionará pelo paÃs. "Já tocamos em todas as regiões do Brasil, e nos apresentamos nos Estados Unidos, em paÃses da América Latina e Central, da Europa, como França, Alemanha e SuÃça; e também da Ãsia, onde fizemos concertos no Japão e China. A última viagem foi a Zurique (SuÃça), no ano passado, quando homenageamos o compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos, na passagem dos 50 anos da morte dele", lembra Guerra Vicente.
Além dos incontáveis concertos, o grupo já lançou nove CDs. Logo com o primeiro, intitulado Quarteto de BrasÃlia, ganhou o Prêmio Sharp de Música, na categoria música clássica, em 1993. "Nosso disco mais procurado é o segundo, Clássicos da MPB, no qual gravamos composições de Ary barroso, Pixinguinha, Tom Jobim e Chico Buarque, entre outros. Temos, também, os álbuns que fizemos com o flautista Toninho Carrasqueira, do Quinteto Vill-Lobos; e o que dividimos com o grande violonista TurÃbio Santos", contabiliza o violoncelista. "O mais recente é o Nacionalistas, de 2006, em que registra mais dois quartetos: um de Osvaldo Lacerda e outro do meu pai, José Guerra Vicente", acrescenta.
Ouça a música Prelúdio e Fuga, de Osvaldo Lacerda