Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Festival goiano Bananada aposta em bandas novas

Antes semelhantes, os festivais goianos Bananada e Goiânia Noise ; duas das principais referências do circuito do rock no Brasil ; foram ganhando características diferentes com o passar do tempo. Há alguns anos, o Bananada virou um evento voltado para bandas goianas e grupos novatos de todo o país. Leonardo Razuk, diretor de marketing da Monstro Discos e um dos organizadores do Bananada, define o evento como um festival de apostas: ;As bandas que passam pelo Bananada podem ser os próximos grandes nomes do rock brasileiro.;

Se alguma das 45 atrações que tocou em Goiânia entre quarta-feira passada e domingo farão sucesso nacional (ou mesmo local) já é outra história. O certo é que o Bananada 2010 foi, mais uma vez, vitrine para um apanhado de boas jovens bandas que se garantiram muito bem em cima do placo. Não será nada estranho encontrar muita delas em outros festivais nacionais daqui para a frente.

Sexta e sábado, os teatros Pyguá e Yguá, no centro Cultural Martim Cererê, receberam o grosso da programação (15 bandas por dia) da 12; edição do festival. Coincidência ou não, os destaques foram bandas instrumentais. Interessante notar que essa nova leva de grupos sem vocalista não se prende aos gêneros com os quais geralmente se associa o som instrumental.

Na sexta, isso ficou evidente nos shows da Camarones Orquestra Guitarrística (RN) e da Procura-se Quem Fez Isso (RS). Além da sonoridade (do easy listening a psicodelia), os gaúchos chamaram a atenção pelo figurino mascarado. No sábado, Fadarobocoptubarão (MG) e Vendo 147 (BA) injetaram peso na equação instrumental. Os acreanos do Caldo de Piaba mostraram que o rock com influências amazônicas (guitarrada e outros sons regionais), com o perdão do trocadilho, ainda dá caldo. E dos bons! Única atração estrangeira do Bananada, o trio chileno La Hell Gang, com um som barulhento, garageiro e espacial (e com vocal), merecia ter conseguido mais atenção da plateia (que no geral, foi generosa com todas as atrações).

Ainda na sexta, os gaúchos da Comunidade Ninjitsu fizeram sua estreia em palcos goianos. Em meio a hits como Melô do Analfabeto e Detetive, sobrou espaço para homenagear o conterrâneo Bebeco Garcia, guitarrista morto na última quarta. Veteranas em um evento de novatos, as goianas Johnny Suxxx and The Fuckin; Boys, Violins, Mechanics e Black Drawing Chalks justificaram o carinho que têm do público local com performances vigorosas. E um dos novos destaques da cena goiana, a banda Gloom provou ser aluna dedicada dos brasilienses Móveis Coloniais de Acaju, com direito a instrumentos de sopro na formação. O CD deles sai ainda este ano. Segundo a produção, aproximadamente 4 mil pessoas passaram pelo Bananada 2010.