Cannes - A luta pela independência da Argélia ressurgiu nesta sexta-feira no Festival de Cannes com o filme "Hors la Loi" (Fora da Lei), de Rachid Bouchareb, que provocou protestos nas ruas do luxuoso balneário da Riviera francesa.
[SAIBAMAIS]A segurança foi reforçada ao redor do Palácio dos Festivais de Cannes para a exibição à imprensa do longa-metragem, que aborda o passado colonial da França.
Quase 1.200 pessoas se reuniram no centro de Cannes, convocadas pela Frente Nacional, o partido de extrema-direita da França, e por organizações de antigos combatentes e harkis (os argelinos que lutaram ao lado dos franceses).
A polícia impediu a aproximação dos manifestantes do Palácio dos Festivais, que foi cercado por barreiras de segurança.
O cineasta franco-argelino manifestou surpresa com os protestos provocados por "Hors la loi".
"Meu filme não é um campo de batalha", declarou o diretor em uma entrevista coletiva após a projeção do longa.
A produção mostra a história de três irmãos, expulsos quando crianças de casa pelos colonizadores franceses. Adultos, em Paris, os três participam na luta pela independência da Argélia.
"Sei que o passado colonial francês reabre feridas. Mas este passado deve ser debatido para avançarmos rumo a um verdadeiro encontro (entre França e Argélia), para avançarmos para coisas positivas", disse Bouchareb.
O filme, que muitos acusaram, sem ter assistido, de "tergiversar a história", busca "abrir um debate na serenidade", afirmou Bouchareb.