Cannes - O ator Russell Crowe, protagonista do filme de abertura do Festival de Cannes, "Robin Hood", declarou à imprensa nesta quarta-feira que, se seu personagem rebelde vivesse nos dias de hoje, provavelmente lançaria suas flechas contra Wall Street ou os monopólios de comunicação.
[SAIBAMAIS]"Minha teoria é que, se Robin vivesse nos dias de hoje, ele olharia o monopólio dos meios de comunicação como seu grande inimigo", declarou o polêmico ator neozelandês.
"Também olharia para Wall Street, para a crise das hipotecas, para a crise dos 'subprime" e seriam seus novos alvos".
"O coração de Robin é simples: ele se comove com o sofrimento desnecessário de outro ser humano. E isso acontece em todos os tempos", concluiu.
Elegante, mas com a barba de dias por fazer, Crowe enfatizou que esta é uma nova versão do herói que defende os pobres contra os ricos e que tenta impor limites ao poder absoluto.
Russel Crowe e Cate Blanchett cruzaram o famoso tapete vermelho que cobre as escadarias do Palácio dos Festivais, por onde desfilam os astros e estrelas convidados do evento.
Os dois atores protagonizam o filme apresentado na abertura de gala do Festival, uma nova versão da conhecida lenda de Robin Hood que custou 100 milhões de dólares e foi recebida com aplausos na exibição à imprensa.
Dirigida com vigor por Ridley Scott, que não pôde ir a Cannes por causa de um problema no joelho, o filme - 140 minutos de ação incessante - mostra combates mano a mano, intrigas políticas entre a nobreza e o rei João da Inglaterra, que sucede a Ricardo Coração de Leão, ataques a castelos históricos, uma invasão da França que tinge o mar inglês de sangue, inúmeras traições.