É histórica a tradição da escola russa na dança, especialmente no balé. E mais uma vez, o público brasiliense vai poder conferir no palco do Teatro Nacional Claudio Santoro toda essa magia que encanta plateias do mundo todo. Pela segunda vez em Brasília, uma das mais respeitadas companhias de dança clássica, o Ballet Imperial da Rússia, vai se apresentar. Hoje à noite, é a vez do balé Don Quixote, e amanhã, Romeu e Julieta. "Estivemos no Brasil, em 2007, e nossas apresentações foram um grande sucesso por todo o país. Especialmente em Brasília, lembro que o público foi muito grande, e o teatro esteve lotado nas duas noites que nos apresentamos. Temos uma enorme expectativa nesse retorno, pois sei que a cidade tem muitas escolas de dança, algumas, inclusive, com professores russos, e isso certamente aumenta nossa responsabilidade", comenta o diretor do Ballet, Gedeminas Taranda.
Criado, em 1994, por Taranda, solista do Bolshoi, desde então, o grupo participa dos festivais mais conhecidos do mundo em Portugal, na Bélgica, em Luxemburgo, no Japão, em Moscou, em Kiev, no 16° Festival Internacional de Balé Clássico, de Rudolf Nuriev, em Kazan, além de ser o iniciador e o principal participante do festival anual de dança na Finlândia, Croácia e Litva. Taranda explica que os novos espetáculos do grupo são apresentados em vários países e sempre por onde passaram foram grandes sucessos.
Ele conta que, no caso de Don Quixote, mantiveram o aspecto tradicional do 1º ato, mas os seguintes são repletos de novos elementos, influências flamencas, ciganas e egípcias. "Tive essa ideia quando percebi que muitas pessoas se sentiam tristes com a história, e resolvi tentar fazer com que o público saísse mais alegre dos teatros, o que felizmente aconteceu. Tivemos um enorme reconhecimento do público, especialmente o espanhol, que delirou no fim das apresentações", lembra.
Já Romeu e Julieta segue essa mesma linha de raciocínio, com destaque para os cenários e figurinos criados por um dos mais respeitados profissionais do Leste Europeu, Evgneny Lisik. "Outro ponto a destacar nos cenários são os muitos movimentos. Enfim, não vou falar muito, prefiro que o público possa conferir pessoalmente", diz.
Questionado sobre o motivo da Rússia ter tanta tradição na dança clássica, o diretor afirma que, hoje, o ballet russo é uma marca mundialmente famosa, assim como Ferrari, Coca-Cola, e que a dança clássica está no sangue do povo de sua terra. "É uma manifestação artística de nosso povo, assim como é o samba, a capoeira, no Brasil, manifestações que acho fantásticas. Na Rússia, estão os melhores professores e escolas do mundo, por isso muitos pais sonham que seus filhos estudem e aprendam a dançar conosco, pois certamente temos as melhores oportunidades para oferecer", ressalta.
BALLET IMPERIAL DA RÚSSIA
Hoje apresentação do balé Don Quixote e, amanhã, Romeu e Julieta, às 21 h, na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional Claudio Santoro. Ingressos: R$ 140 (inteira) e R$ 70 (meia também para doadores de 2kg de alimentos não-perecíveis). Informações: 3325-6256. Classificação indicativa livre.