O brasiliense se rendeu definitivamente ao talento, à voz, às canções e à performance cênica de Vanessa da Mata, que tem vindo à cidade com regularidade desde 2007, para apresentações em diferentes palcos. Na última sexta-feira, como âncora do projeto Mulheres Brasileiras, a cantora e compositora mato-grossense voltou ao Auditório Máster do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, onde já estivera outras duas vezes, e arrebatou as mais de duas mil pessoas presentes.
"É uma felicidade cantar de novo em Brasília onde, desde a primeira vez, estabeleceu-se uma simpatia mútua entre mim e vocês (a plateia)", afirmou, logo depois de abrir o show da turnê Jardim perfumes do sim, do qual está se despedindo. Acompanhada pela banda formada por Gustavo Ruiz (guitarras), Donatinho (teclados), Stephane San Juan (bateria) e Kassin (baixo e direção musical), ela iniciou o repertório com Vermelho.
A partir daí, o que se viu e ouviu, para o deleite dos fãs, foi uma sequência de canções de sucesso como Não me deixe só, Quando o homem tem uma mangueira no quintal, Ilegais e as românticas Ainda bem e Amado, cantadas em coro por parte da plateia. Mas a cantora atiçou ainda mais os admiradores com carimbó SinháPureza, Joãozinho (feita para uma tia, no interior de Mato Grosso, que só saía de casa depois de alisar o cabelo, antes do advento da chapinha) e Eu sou neguinha? (Caetano Veloso). As belas versões de Vanessa para A lua e eu (Cassiano) e As rosas não falam (Cartola), agregadas ao roteiro do show, provocaram emoção e receberam aplausos calorosos.
No final, recepcionadas com palavras elogiosas, subiram ao palco as convidadas do projeto, a jovem cantora e compositora paulistana Mariana Aydar e a mineira Fernanda Takai, com carreira reconhecida ao lado da banda Pato Fu. Demonstrando sintonia, Vanessa fez duo com Mariana em Zé do Caroço (líder comunitário, personagem central do samba composto por Lecy Brandão) e Baú - um lado B do repertório da anfitriã.
Ao lado de Fernanda, Vanessa interpretou Cadeira de rodas, pérola do cancioneiro popular, com a assinatura de Fernando Mendes; e (usando cola) o clássico De onde vem o baião (Gilberto Gil). Entre as duas intérpretes de características bem diferenciadas não houve a pretendida interação. No bis, a releitura sofisticada de Um dia,um adeus, de Guilherme Arantes , foi destaque no show, que chegou ao fim com a dançante Ai, ai, ai, ai. Aí, com muita gente em frente ao palco reverenciando-a.