Um dos mais importantes teatrólogos do pais, Flávio Rangel (1934 ; 1988) ganha um delicado registro memorial no documentário O teatro na palavra da mão, de Paola Prestes. O filme chega ao mercado com o acabamento refinado da Biscoito Fino. Rodeada de depoimentos de contemporâneos, como os diretores Antunes Filho, Bibi Ferreira e os atores Milton Gonçalves, Paulo Autran, Cleyde Yáconis e Nathália Timberg, a obra reconstitui a carreira e a arte do encenador responsável por espetáculos antológicos, como Liberdade, liberdade; Gimba; A revolução dos beatos e A capital federal.
No filme, o espectador encontrar um Flávio Rangel apaixonado pelas artes cênicas. Figura fundamental na consolidação do moderno teatro brasileiro, o diretor investiu e acreditou na dramaturgia brasileira, estando à frente do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). Lá, fez, entre outras maravilhas, a montagem de O pagador de promessas, de Dias Gomes. Trabalhou também com a leva de estrangeiros que mudou os rumos da estética teatral no Brasil, a exemplo de Rugerro Jacobi, Adolfo Celli e Maurice Vaneau. ;Não posso viver sem teatro. Não sei fazer outra coisa. É necessário não desistir nunca, insistir sempre por uma brecha;, diz Flávio Rangel. Há ainda uma fala preciosa de Gianni Ratto.